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Relatório de audiências de custódia lançado pela Defensoria traz perfil de flagranteados na comarca de Simões Filho

04/12/2020 12:12 | Por tao_adm
Relatório de audiências de custódia lançado pela Defensoria traz perfil de flagranteados na comarca de Simões Filho
Relatório de audiências de custódia lançado pela Defensoria traz perfil de flagranteados na comarca de Simões Filho

O I Relatório das Audiências de Custódia na Comarca de Simões Filho foi lançado nesta quinta-feira, 3, e analisou os registros de 263 flagrantes ocorridos durante o ano de 2019. Foi observado que a cada aumento de um ano na idade do flagranteado, a chance de prisão preventiva diminui em 3,47%, a presença de antecedentes criminais aumenta em aproximadamente 2,17 vezes a chance de permanecer preso, o emprego de armas de fogo aumenta em 2,55 vezes chance de permanência na prisão e, a depender da Vara Criminal da comarca que analise o flagrante, a chance de ser decretada prisão preventiva pode aumentar em 25,81%.

Desconsiderados os casos onde não houve informação de gênero, houve 245 homens e 18 mulheres em situação de flagrante. Desconsiderando os casos onde não houve autodeclaração, foram 205 pretos e pardos (97,6%) e cinco brancos (2,4%). Em geral, o perfil social das pessoas corresponde a homens (93,2%), negros (97,6%), jovens (63,5%), com o ensino fundamental incompleto (50,8%). O mesmo perfil se repete entre mulheres, onde negras e jovens correspondem, respectivamente, a 94,1% e 55,1%.

Quanto às decisões tomadas nos autos de flagrante, houve concessão de liberdade provisória em 105 (58,6%) casos e as prisões preventivas foram decretadas em 79 (34,2%) flagrantes analisados. Pouco mais de 7% estão distribuídos entre prisões relaxadas, casos em que foi arbitrada e recolhida fiança por autoridade policial e prisão domiciliar.

Conectando os dados de autodeclaração e decisões proferidas nos casos de flagrantes, a liberdade provisória foi concedida a 50% dos pretos e pardos e a 49% dos brancos. A prisão preventiva foi decretada para 41,4% dos pretos e pardos e a 33,7% dos brancos. Já a prisão foi relaxada em 5,8% dos casos de pretos e pardos e 7,1% dos casos relacionados a pessoas brancas.

Em relação às decisões, do total de flagrantes, em apenas em 3,4% a liberdade do flagranteado e deu de forma plena, não havendo imposição de qualquer modalidade de restrição (prisão ou medidas cautelares).

Grande parte dos crimes foram cometidos sem a utilização de arma: foram 205 casos (77,9%) onde o recurso não foi adotado. Armas de fogo foram adotadas em 41 casos (15,6%) e os demais corresponderam a 6,5% dos casos.

Considerando a possibilidade de lesões, em 15 casos houve ocorrências, contra 44 situações onde não houve lesões e na maioria dos casos (204) não constam informações. Confrontando dados sobre agressão e autodeclaração de cor, é possível identificar que 6,8% dos negros (14) teriam sofrido agressão enquanto que somente um branco flagranteado prestou informação sobre o dado, afirmando não ter sido agredido.