COMUNICAÇÃO

“Um entusiasta da Defensoria Pública”: defensoras(es) de Vitória da Conquista contam porque é justa a homenagem a Valdemir Pina

02/03/2023 14:03 | Por Ailton Sena DRT 5417/BA

Homenageado no nome da nova sede da Defensoria em Vitória da Conquista, Valdemir deixou um legado da defesa dos mais vulneráveis especialmente nas demandas de saúde.

“Um dos pilares para consolidação da Defensoria em toda a Bahia”. É assim que a placa em homenagem a Valdemir Pina, fixada na nova sede da 2ª Regional da Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA, em Vitória da Conquista, descreve o membro da carreira que dedicou 28 anos de serviço à defesa dos mais vulneráveis. Não sem motivo, ele foi o primeiro defensor público a dar nome a uma sede da instituição. A homenagem chega às vésperas de dois anos da morte.

Vítima da Covid-19, Valdemir faleceu em abril de 2021, mas deixou um enorme legado na defesa dos mais vulneráveis. Entre os destaques de sua atuação, está a menção honrosa na categoria “Mediação e Conciliação Extrajudicial” do prêmio “Conciliar é Legal”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que recebeu junto com outros três colegas de Vitória da Conquista. A honraria foi concedida pelo sucesso do Centro de Mediação e Conciliação (CMC) para questões relacionadas ao direito das famílias na comarca.

Mas quem conheceu Valdemir Pina conta que sua importância para a Defensoria Pública da Bahia está além do reconhecimento público, esteve inscrita em sua prática diária. Entre os(as) colegas que conviveram com ele em Vitória da Conquista, é descrito como um entusiasta da Defensoria Pública, alguém que lutou pela sua expansão e para que seus serviços fossem qualificados a fim de garantir efetividade na defesa dos direitos dos mais pobres. Para isso, manteve ativa a busca de conhecimento.

Marta dividiu a menção honrosa do CNJ com Valdemir, Robson Santos

“Essa sede, essas instalações são a representação máxima de Valdemir Novais Pina, um homem que lutou pela expansão da Defensoria Pública porque acreditava que sem Defensorias Públicas não se pode falar em estado de direito, em igualdade, em inclusão e muito menos em desenvolvimento humano e social”, conta a defensora pública aposentada Marta Cristina Almeida, de quem foi vizinha de gabinete de trabalho e com quem dividiu a menção honrosa do prêmio Conciliar é Legal”.

À defensora Lorena Barreto, o entusiasmo de Valdemir por conhecimento e qualificação da atuação mostrou “a verdadeira vocação de um defensor”. “Uma pessoa que faz o seu trabalho com alegria e, mesmo com muitos anos de serviço, não perdeu o brilho no olhar, a vontade de ser defensor. Isso levo comigo pro resto da vida. Dr Valdemir continua até hoje me inspirando e sendo digno de toda a minha admiração e respeito”, afirma.

A luta de Valdemir para ampliar o alcance dos serviços da instituição também foi lembrada por Josefina Moreira. A defensora pública conta que Valdemir era uma mente inquieta, que “tinha ideias extremamente vanguardistas”. “Ele trazia pra gente as ideias do atendimento na zona rural, de levarmos a instituição para perto das pessoas. Nós não tínhamos estrutura naquela época, mas ainda assim ele sonhou junto com a gente a inauguração desta sede”, lembra.

A dedicação pelo trabalho e amor pela instituição não foram interrompidos nem mesmo durante o período da pandemia, quando a DPE/BA adotou o regime de teletrabalho. O coordenador da 2ª Regional, José Raimundo Campus conta que, mesmo sendo cardíaco e integrando o grupo de risco da Covid-19, Vladimir não abria mão de trabalhar na unidade. “Ele não fazia atendimento, claro, porque estávamos com restrição, mas fazia questão de trabalhar na sede”, conta.

Destacado na atuação em Fazenda Pública, especialmente nas demandas de saúde, Valdemir era generoso o suficiente para auxiliar os colegas na promoção de uma defesa efetiva dos direitos das pessoas usuários dos serviços da Defensoria Pública. Robson Vieira Santos lembra que ao chegar à regional, recebeu auxílio do colega mais experiente de quem recebeu orientações e a cessão de petições. “Ele sempre pensava primeiro no assistido e foi pioneiro no ajuizamento de ações para garantir a vida dessas pessoas”, lembra.