A Defensoria Pública da Bahia esteve reunida com lideranças da organização não-governamental Aldeias Infantis SOS para acompanhar e debater projetos relacionados a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O encontro aconteceu nessa quinta-feira (12), em Lauro de Freitas.
A atividade teve a presença da coordenadora da Especializada de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes da DPE/BA, Maria Carmen Novaes, e do coordenador da 7ª Regional, Ramon Dutra. Além de circular pelas instalações e acompanhar a situação das 12 crianças em condição de acolhimento, os(as) defensores(as) também conversaram com familiares que já recuperaram a guarda dos(as) filhos(as).

Na ocasião, eles(as) conheceram melhor o Núcleo SOS de Apoio às Famílias, outra frente de atuação da ONG. “Além do serviço de acolhimento institucional às crianças em situação de vulnerabilidade, o projeto Aldeias Infantis disponibilizam atendimento aos familiares, oferecendo instrumentos de estruturação, proteção e geração de renda a eles”, explicou a coordenadora Carmen Novaes. Ela pontuou que esse tipo de ação pode ser replicada em diversos municípios da Bahia.
O defensor Ramon Dutra, que atua na área da Infância e Juventude desde 2015, esclareceu que o Aldeias Infantis é a única instituição de acolhimento a crianças vulneráveis existente em Lauro de Freitas. “É sempre importante visitar o projeto, tanto para garantir os direitos dos meninos e meninas acolhidos(as) quanto pelos pais que sempre procuram a Defensoria no atendimento de suas demandas”, afirmou.
A coordenadora de Relações Institucionais da ONG Aldeias Infantis, Thais Carreiro, afirmou que a interlocução com a Defensoria é “extremamente importante” porque, dessa forma, a instituição pode conhecer de maneira mais robusta como é o trabalho na ponta. “Aqui, a Defensoria pode acompanhar as reais demandas que temos hoje, tanto em relação ao acolhimento quanto o fortalecimento dos direitos das crianças e adolescentes”.
DIÁLOGO COM AS MÃES
Como parte da atividade, os(as) defensores(as) se reuniram com mães que recuperaram a guarda dos filhos. Embora as crianças tenham saído da condição de acolhimento, alguns pais continuam frequentando o projeto, porém, agora, por meio do Núcleo SOS de Apoio às Famílias.
O objetivo do Núcleo é fortalecer os(as) familiares. “Nós acolhemos essas famílias e começamos a acompanhá-las nas diversas dimensões do cuidado, de saúde à educação, de bem-estar ao abuso de substâncias. Nossa meta é evitar o recolhimento da criança. É um trabalho de prevenção para que a retirada das crianças dos pais não ocorra”, explicou a coordenadora da ONG, Alane Damasceno.
Uma das mães presentes, Joseane Cruz, de 41 anos, contou que o projeto foi fundamental para a reconstrução de sua autonomia e autoestima. “Eu cheguei aqui um caco. Agora, aos poucos, estou colando meus pedacinhos. O melhor de tudo é que recuperei meus filhos e agora estamos recomeçando”, afirmou.


