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Defensoria participa de audiência pública sobre casos de violência contra jovens negros

12/05/2015 02:05 | Por
Defensoria participa de audiência pública sobre casos de violência contra jovens negros
Defensoria participa de audiência pública sobre casos de violência contra jovens negros

Proposta pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, a Defensoria Pública do Estado da Bahia participou de uma audiência pública para levantamento de diagnóstico e informações acerca dos casos de violência, mortes e desaparecimentos de jovens negros no Estado. O defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, ressaltou a importância do debate e disse que a DPE/BA está a disposição para participação de debates: “Precisamos aprofundar esse debate de forma que se traga alternativas para a implantação de políticas públicas, além da proteção dos grupos de proteção às vítimas e testemunhas para que esse serviço possa ser melhorado”.

O DPG falou ainda sobre o “Projeto Audiência de Custódia” que pretende trazer para debate na Assembleia. O projeto é uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e consiste na apresentação do preso em flagrante a um juiz, promotor e defensor público, em até 24 horas. “A partir do momento que for implementada a audiência de custódia, o auto de resistência vai perder a força e vai diminuir bastante os casos de violação de direitos humanos e autos de resistência”, argumentou.

VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Dividida por mesas de debate, a audiência contou com a presença de familiares de jovens vítimas de violência, como o capoeirista Mestre Ninha, pai do garoto Joel, morto em 2010 durante operação policial no Nordeste de Amaralina; e Jorge Lázaro, pai do trapezista de circo Ricardo Matos dos Santos, morto por policiais na Boca do Rio enquanto jogava futebol. Mestre Ninha resumiu sua fala afirmando que o filho foi mais uma vítima: “Joel foi uma vítima do sistema e assim como ele vários outros jovens estão morrendo por ai”.

Já Jorge Lázaro relatou que desde a morte do filho, em 2008, ele vive com medo. “Desde 2011 a Defensoria Pública da Bahia oficia pedidos de proteção para mim. O Ministério Público e a Anistia Internacional também já fizeram solicitações e foram negadas”.

A audiência, que aconteceu na segunda-feira, 11 de maio, no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), foi mediada pelo presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes (PT/MG), e pela relatora, deputada Rosângela Gomes (PRB/RJ), e contou com a presença dos membros da CPI, os deputados da bancada baiana João Carlos Bacelar (PTN/BA), Bebeto (PSB/BA), Davidson Magalhães (PCdoB/BA) e Delegado Edson Moreira (PTN/MG). Estiveram no plenário ainda a subcoordenadora da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos, Eva Rodrigues, a ouvidora da Defensoria, Tania Palma, Hamilton Borges – Movimento REAJA, Valdemar de Oliveira – Centro de Defesa Criança e Adolescente da Bahia (CEDECA), representantes de movimentos negros e outros deputados.