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Defensoria em Ilhéus recebe índios tupinambás para discutir conflito com fazendeiros

06/09/2012 11:09 | Por tao_adm
Defensoria em Ilhéus recebe índios tupinambás para discutir conflito com fazendeiros
Defensoria em Ilhéus recebe índios tupinambás para discutir conflito com fazendeiros

No dia 13 de agosto, foi realizada uma reunião entre a defensora pública e subcoordenadora da 3ª Defensoria Pública Regional de Ilhéus, Maria Sílvia Tavares, e os caciques da comunidade indígena Tupinambás de Olivença. O encontro teve como propósito discutir a situação entre indígenas e fazendeiros, um conflito que existe desde 1926.

Durante a reunião, a defensora pública aconselhou os indígenas atuarem sempre dentro das leis, de forma pacífica e sem violência. "É necessário ter atenção para evitar transtornos para os caciques e seus familiares e para a população, sejam brancos ou índios", afirmou. No momento, os índios reafirmaram sua cultura e asseguram que a questão é com a Justiça e não com os produtores.

O presidente dos agentes de saúde da comunidade Tupinambá, cacique Renildo, agradeceu a defensora pública Maria Sílvia Tavares por recebê-los e estreitar os laços da Justiça com os índios: "Dentro da comunidade sempre alertamos nosso povo para não agir de forma errada, para estar sempre dentro da lei", disse o cacique.

COMO O CONFLITO COMEÇOU

Em 1926, o então governador da Bahia, Francisco de Goés Calmon, sancionou a lei que destinava uma reserva para preservação ambiental e para os índios Tupinambás e Pataxós. A demarcação de em média 55 mil hectares só veio 10 anos depois. Um levantamento da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) aponta que o (extinto) Serviço de Proteção aos Índios (SPI) arrendou parte da área e, ao passar dos anos, muitos arrendatários obtiveram títulos de posse de terra. De um lado, a FUNAI afirma que o território faz parte de uma reserva indígena, de outro, os fazendeiros – a maioria com títulos de posse dados pelo Estado desde a década de 40 – reivindicam a posse. Assim, a disputa por terra na região sul da Bahia transcorre já por oito décadas.