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Líder do Beiru fala da ausência do Estado no bairro

29/07/2009 01:07 | Por tao_adm
Líder do Beiru fala da ausência do Estado no bairro
Líder do Beiru fala da ausência do Estado no bairro

"Um bairro negro, com história quilombola, que somente recebe uma atenção por parte do poder público: a repressão policial". Assim iniciou sua fala na Conferência Livre "Defensoria Pública, Acesso à justiça e Segurança Pública", a representante do bairro do Beiru (Tancredo Neves), Norma Ribeiro. Em seu pronunciamento, a líder comunitária falou da realidade de segurança da localidade, que até setembro de 2008 era considerado pela Secretaria de Segurança Pública como o bairro de maior índice de violência em todo o Estado.

Para a líder da comunidade, essa realidade é reflexo do descaso e da concepção de exclusão que o poder público tem em relação a bairros como o do Beiru. "Fico contente em saber do reconhecimento por parte da Defensoria junto ao nosso bairro. Penso que somente com educação e com a garantia do acesso à Justiça é que nós podemos reduzir a criminalidade", afirmou Norma Ribeiro.

Outro ponto salientado pela liderança foi a intensificação da ressocialização dos presos. "O estado tem grandes universidades: a Lafayete Coutinho, a PLB, a Casa de Detenção, enfim, são universidades do crime, sem políticas que reintegrem aqueles que lá estão. Não se evita e também não se remedia", criticou Norma Ribeiro.

A líder da comunidade do Beiru também apontou a desigualdade que acomete aqueles que precisam da Justiça. "A ausência da Justiça que vemos é somente para aqueles que podem, para os corruptos. Aí não se tem Justiça. Mas para o pobre, o negro e o morador de periferia, aí sim sempre vemos os braços da Justiça, que chega, bate, prende e humilha, quando não mata. Não é essa a Justiça que temos direito nem que queremos", desabafou Norma Ribeiro.

Beiru – O bairro do Beiru receberá, nesta quarta-feira, 29, a partir das 8h, o lançamento do projeto Território de Paz, do Ministério da Justiça, através do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI). O Programa levará atendimentos itinerantes de diversos órgãos públicos, dentre eles a Defensoria Pública. A proposta é que o Programa seja permanente no bairro, que já é o oitavo a recebê-lo no país.