Nesta terça-feira (9), a Defensoria Pública do Estado da Bahia promoveu uma roda de conversa sobre o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Na ocasião, foi apresentado o trabalho desenvolvido nacionalmente pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), destinado ao acolhimento incondicional e ao apoio emocional gratuito, 24 horas por dia.
Facilitadora da palestra e porta-voz do CVV, Josiana Rocha definiu o CVV como um “ilustre desconhecido” que atua no Brasil há 63 anos. “A prevenção ao suicídio se dá através do apoio emocional, ele precisa acontecer todos os dias do ano e pode se dar em qualquer lugar que a gente esteja. Nele, encontramos a valorização da vida, que está diretamente ligada à prevenção do suicídio”, explicou.

Josiana explicou que o Brasil é conhecido internacionalmente por ser muito alegre, mas que o país perde uma pessoa a cada 45 minutos para o suicídio. Em Salvador, são no mínimo dois suicídios por semana. “É muita gente pedindo socorro porque as pessoas, quando morrem pelo suicídio, elas não queriam morrer, queriam matar a dor que, naquele momento, era insuportável”, avaliou.
Fundado em 1962, o CVV está presente em todo o Brasil, conta com cerca de 90 postos de atendimento e três mil voluntários e voluntárias, além de 2,7 milhões de apoios por ano. O Centro está associado ao Bestrfrienders Worldwide – entidade que congrega instituições congêneres em todo o mundo.
A facilitadora explicou que a forma de acabar com os estigmas que ceram o tema é falando publicamente a respeito, sem culpa, com responsabilidade. “Conversar é importante porque, quando a dor é dividida, ela pesa menos e ser escutado é como ser abraçado por dentro. Às vezes, uma conversa muda tudo”, afirmou.


Como ser atendido pelo CVV
O CVV recebe voluntários em todo o país que passam por treinamentos específicos para lidar com pessoas em estado de sofrimento mental. Para falar com um deles, basta ligar gratuitamente para 188 ou acessar o site oficial (cvv.org.br) para acionar o chat ou mandar e-mail e iniciar a conversa. O Centro dispõe de um Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio (GASS); o Caminho de Renovação Contínua (CRC); o Cine Ser, que é um cineclube temático; o Seminário Saber Escutar é uma Arte; e o Caminho de Valorização da Vida
Defensoria e acolhimento
O momento foi planejado pela Diretoria de Gestão de Pessoas e, na ocasião, a diretora Sílvia Torres ressaltou que a DPG está disponível para acolher e orientar quem precisar de ajuda. “Às vezes, a gente fica constrangido de falar com os colegas no ambiente de trabalho, mas a diretoria está aberta para a escuta e para tirar qualquer dúvida sobre o tema”.


Representando a defensora pública geral Camila Canário, o diretor-geral Franco Bahia destacou a presença dos jovens na plateia para falar sobre o tema e refletiu sobre a importância de buscar ajuda quando necessário. “Não tenham vergonha de buscar a Diretoria de Gestão de Pessoas e um profissional que vocês eventualmente conheçam. A gente tem um corpo de psicólogos que pode dar acompanhamento, e o que estamos buscando é que vocês sintam que a Defensoria também é uma instituição que está aqui para acolher vocês”, afirmou.




