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Um dos gurus da axé music, produtor musical tem despejo suspenso após atuação da Defensoria

16/05/2022 10:05 | Por tao_adm
Um dos gurus da axé music, produtor musical tem despejo suspenso após atuação da Defensoria
Um dos gurus da axé music, produtor musical tem despejo suspenso após atuação da Defensoria

Um dos mais relevantes técnicos e produtores musicais de célebres nomes da axé music obteve na Justiça a suspensão da ordem de despejo que recaía sobre si e família. Hoje aos 65 anos e enfrentando dificuldade financeira, Nestor Madrid foi atuante na revelação de músicos e bandas como Chiclete com Banana, Luiz Caldas e Reflexu’s na década de 1980.

Sem encontrar alternativas imediatas e na iminência de se ver desabrigado, Nestor Madrid procurou a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA), que ingressou com uma ação de efeito suspensivo acolhida pelo poder judiciário.

“Confesso que tinha um certo preconceito com os serviços públicos porque estamos acostumados a só ouvir críticas. Me surpreendeu a eficiência e, especialmente, a atenção com que fui atendido pelas defensoras que estiveram envolvidas com meu caso. Friso isso: não se trata só da eficiência técnica, mas da empatia com que fui tratado. Em um momento difícil, transmitiram que não estávamos sós. Sou muito grato à Defensoria”, comentou Nestor Madrid.

A decisão, proferida ao fim de abril, garantiu ao produtor que, apesar da inadimplência, permanecesse no apartamento onde reside com mulher, filha e neta até o fim de junho. Além disso, com alguns artistas se mobilizando para ajudar o produtor ao tomarem conhecimento de sua situação, a ação permitiu mais. “Foi aberta uma janela de negociação com a advogada para negociação da dívida e, correndo tudo bem, seguiremos no apartamento” destacou Madrid.

“A Defensoria Pública também me deu orgulho de ter escolhido a Bahia como o lugar onde constitui minha vida e família, minha Bahia.”

Argentino radicado na Bahia desde o ano de 1980, Nestor Madrid diz que sua situação é reflexo de uma crise que atingiu não somente a ele, mas toda classe artística. Uma situação que foi agravada pela pandemia e ausência de políticas públicas que pudessem apoiar esta categoria profissional que se viu bastante afetada durante o período.

“A exceção de alguns artistas de muito sucesso que se contam com os dedos, a grande maioria da classe artística, dos que vivem da arte e sua produção, já vinha convivendo com muitas dificuldades antes da pandemia. Ela acabou correndo ainda mais rendimentos que já não eram grandes. A ausência de projetos de apoio a esta cadeia produtiva só dificultou ainda mais o cenário. Tem músico vendendo seus instrumentos, suas ferramentas de trabalho. É uma situação catastrófica”, analisou.

A ação

Na ação, a defensora pública Nayana de Almeida, que atuou em conjunto com a coordenadora da Especializada Cível, Ariana Sousa, apontou que o despejo ocorreria liminarmente sem que o produtor tivesse sido previamente escutado e, tão ou mais importante, contrariaria decisão do Supremo Tribunal Federal.

Pelo estabelecido pelo Supremo, que deve ser cumprido em todo o país, em virtude das questões sanitárias decorrentes da pandemia da covid-19, os despejos e reintegrações de posse de famílias e cidadãos vulneráveis estão suspensos até 30 de junho.

“Durante a pandemia, utilizando este fundamento, houve êxito junto ao Tribunal no sentido de impedir os despejos de vulneráveis. Ademais, o pedido foi acatado não apenas em razão da pandemia, mas também para estabelecer um regime de transição depois que esta estiver vencida. A decisão destacou que a conjuntura demanda empenho de todo poder público para evitar o aumento do número de desabrigados”, acrescentou Nayana de Almeida.

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