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Projeto de Lei "Propaganda Sem Machismo" ganha apoio oficial da Defensoria Pública

05/11/2015 02:11 | Por
Projeto de Lei "Propaganda Sem Machismo" ganha apoio oficial da Defensoria Pública
Projeto de Lei "Propaganda Sem Machismo" ganha apoio oficial da Defensoria Pública

Proposta foi debatida por representantes de movimentos feministas e sociedade civil nesta quinta-feira

"A Defensoria é terminantemente contra qualquer violência contra a mulher, seja física, psicológica ou à sua objetificação. A propaganda é um instrumento muito poderoso que muitas vezes é usado nesse sentido. Por isso estamos ao lado da proposta e ao lado das mulheres", afirmou o subdefensor público geral, Rafson Ximenes, ao garantir o apoio da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA ao Projeto de Lei que pede a proibição do uso de imagens que explorem o corpo da mulher como atrativo na publicidade. O PL 20.628/2013 é de autoria da deputada estadual Luiza Maia (PT).

A proposta foi debatida nesta quinta-feira, 5, em um encontro promovido pela parlamentar na Assembleia Legislativa da Bahia. A ideia é colher contribuições e apoio dos diversos movimentos sociais para o projeto, que tramita atualmente na Comissão de Constituição e Justiça sob a relatoria do deputado Luiz Augusto (PP).

"Entendemos essa luta como pedagógica. Sabemos que o mercado publicitário é forte, corporativista, mas precisamos nos defender de propagandas ofensivas, desrespeitosas, que agridem as mulheres, ferem sua dignidade. Somos todos seres humanos e não aceitamos esse tipo de desrespeito a que somos submetidas", pontuou Luiza Maia. A parlamentar lembrou ainda que, de acordo com a Constituição Estadual, a partir do artigo 282, é de obrigação do Estado garantir a preservação social da mulher, impedindo "a veiculação de mensagens que atentem contra a sua dignidade, reforçando a discriminação sexual ou racial".

PROPAGANDA SEM MACHISMO

Pelo projeto, estaria proibida no Estado da Bahia a veiculação de mensagens publicitárias, diretas, indiretas ou subliminares, que utilizem imagens que explorem o corpo da mulher como atrativo em periódicos, cartazes, outdoors, assim como nas emissoras de televisão ou por qualquer outro meio de divulgação pública ou destinada a assinantes. Se aprovado, o descumprimento da norma implicaria em multa de 10 a 100 mil reais, fixadas pela autoridade administrativa conforme critérios de proporcionalidade, e dobrada na hipótese de cada reincidência.

A proposta veta ainda a veiculação de mensagens publicitárias com imagens que explorem o corpo crianças ou adolescentes, considerado crime pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA. Nesse caso, quem descumprir estará sujeito à incidência da legislação federal pertinente, constituindo-se crime punido com, dependendo do caso, pena de reclusão de uma a quatro anos, ou quatro a oito anos, além de multa.

Além do projeto Propaganda Sem Machismo, a Defensoria Pública baiana já havia se posicionado institucionalmente em outras propostas importantes à sociedade. Seja a favor, como na aprovação da chamada Lei Antibaixaria, que proibia o Estado da Bahia de financiar bandas que trouxessem em seu repertório músicas ofensivas à mulher, ou contrariamente, no que diz respeito à redução da maioridade penal. "A gente não teve receio de se posicionar contra a redução da maioridade penal, não temos receio nenhum em nos posicionarmos e enfrentarmos as agências de publicidade em relação ao machismo", sentenciou o subdefensor público geral.

Para ser votada em plenário, a proposta precisa ser aprovada ainda na Comissão de Constituição e Justiça.