Na opinião da presidente do Conselho do Idoso do município de Feira de Santana, Cacilda Miranda, a imagem que muitos fazem do idoso é um fator importante. "Temos que lutar contra a idéia de que idoso é sinônimo de doente, inválido. Aqui vemos muitas necessidades deles serem relegadas a segundo, terceiro plano. O que mais o idoso precisa é ser ouvido, é ter atenção e cuidado especial, pois são ma parcela especial da nossa sociedade", pontuou. Como o descaso com saúde e a falta de segurança estão no topo das reclamações por parte dos idosos, a Defensoria Pública promoveu palestra com a diretora do Hospital Clériston Andrade (HCA) - maior instituição de saúde do estado - Edilma Reis, que apresentou as alternativas de tratamento e internação aos cerca de 50 idosos que compareceram à sede da Defensoria. Em meio à platéia estava Laércio Coutinho, filho de Guilhermina de Jesus, uma senhora de 74 anos que retrata a situação de muitos idosos no estado. ‘Minha mãe teve dois derrames e está na emergência do HCA há seis dias esperando um leito de UTI. Dizem que não tem vaga. Já vi moça mais nova chegar aqui e ser internada e minha mãe continua esperando, se alimentando de soro, perdendo peso, ficando cada dia mais debilitada", contou Laércio, que buscou a Defensoria após ouvir no radio do lançamento da Ação Cidadã no município. "Minha mãe já esteve lá, teve alta e em menos de 24h já tava de volta. Agora eu só tenho a Defensoria Pública pra tentar intermediar aí essa situação", apelou o filho de D. Guilhermina.

Com apenas 314 leitos, dos quais somente 28 são de tratamento intensivo (UTI), o HCC enfrenta a realidade de muitos Hospitais baianos. "É difícil acatar o Estatuto do Idoso com a capacidade que temos. Lá, infelizmente, o médico tem que escolher acatar ou internar uma jovem de 16 anos que chega com um traumatismo craniano. Por isso viemos aqui enfatizar a alternativa de internamento domiciliar que é um direito que eles tem e que pode ser solicitado. Cerca de 80% dos pacientes nesse tratamento é de idoso, que demanda uma longa permanência", relatou a diretora da unidade, Edilma Reis, a quem Laércio foi encaminhado após as palestras.

Quando o assunto é atendimento policial, os idosos de Feira de Santana não tem uma unidade específica para onde recorrer, como acontece em Salvador. Não há, no município, uma Delegacia Especializada que atenda às demandas específicas deste contingente. No caso de uma necessidade policial, os idosos devem recorrer à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).