Último filho de um casal que nunca oficializou a união, Arivaldo contou da infelicidade de nascer quando o pai já tinha contraído matrimônio com outra mulher. Como determinava a lei, filhos nascidos fora do casamento eram “bastardos” e só poderiam ser reconhecidos se a esposa concordasse. Como não houve consentimento, ele recebeu o sobrenome do pai, mas não teve o direito de receber na certidão o nome registrado. Hoje José e Libânia são falecidos, mas o filho disse não sossegar enquanto não corrigir essa mácula. Lamenta, contudo, que a Justiça não se empenhe muito para consertar o erro gerado por uma legislação preconceituosa, mas já corrigida. ” E se meu tio, que tem 74 anos, não quiser ir? Não seria mais fácil a Justiça determinar a exumação do corpo do meu pai?”, questiona.

Coleta para exames – A Defensoria Pública marcou para a próxima sexta-feira, 04/09, a coleta para o exame de DNA. Para isso estão sendo convidados um tio de Arivaldo, irmão do seu pai, e sua irmã mais velha, que nasceu antes do pai se casar e tem a certidão de nascimento regularizada. Além dele, foram agendados outros 64 casos, a maioria de mães que querem provar àqueles com quem se relacionaram que são os pais de seus filhos. A coleta será das 9h às 13h30, no CSU da Liberdade, com a participação de defensores públicos e técnicos do laboratório do Grupo de Apoio a Crianças com Câncer – GACC, com quem a Defensoria Pública tem convênio. A Ação Cidadã Sou Pai Responsável, em sua terceira edição, está promovendo este trabalho também no Nordeste de Amaralina e no Bairro da Paz.

O atendimento deste sábado, liderado pela defensora geral do Estado da Bahia e presidente do Conselho dos Defensores Públicos Gerais, Tereza Cristina Almeida Ferreira, e pela diretora da Escola Superior da Defensoria Pública, defensora Célia Padilha, contou com o apoio dos defensores públicos Gilmar Bittencourt, Cristina Ulm e Eva Rodrigues, estagiários e funcionários da instituição, além da equipe do Centro Social Urbano da Liberdade. O grupo de dança G5 Ex Dance, da Liberdade, liderados pelo dançarino e músico Paulo Eduardo e o designer e músico Samuel Lima, se apresentou no CSU durante a manhã, distraindo as pessoas que aguardavam atendimento.