COMUNICAÇÃO

Santo Estêvão – Homens que respondem por casos de violência contra mulheres debatem masculinidade tóxica

16/11/2021 16:49 | Por Júlio Reis DRT/BA 3352

Com a proposta de escutar e fazer refletir as formações que levam à conduta violenta, Grupo Reflexivo realizou primeira reunião presencial na cidade

No processo de estímulo à reflexão e mudança de atitude quanto a ações agressivas por homens que respondem por algum tipo de violência contra mulheres, a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) realizou o primeiro encontro presencial do Grupo Reflexivo estabelecido para este fim na última quinta-feira, 11, em Santo Estêvão.

Com a proposta de escutar e fazer refletir as formações que levam à conduta violenta, o Grupo Reflexivo para Homens tem composição multidisciplinar e pauta a masculinidade tóxica culturalmente desenvolvida com vistas à superação de gestos e ciclos de violência. Atuante no encontro, junto com a colega Nathália Casteluchi, a defensora pública Ana Jamille Costa aponta que o diálogo e debate é fundamental para “evitar a violência contra a mulher, proporcionando paz e tranquilidade no ambiente familiar”.

Participante do encontro, Adailton Gonçalves, 35, diz que o momento foi importante por trazer informações e aprendizados. “É sempre melhor escutar e tentar resolver as coisas da melhor maneira possível, com um diálogo, uma conversa. Se não tiver conversa então é melhor deixar o lugar, se retirar, é o que fica para mim. Espero que haja mais encontros, foi bom. A mente está mais madura com relação a estes temas de conflitos e conhecimento é sempre bom também”, comenta.

De acordo com a assistente social Camila Souza de Carvalho, além de orientar os participantes sobre a violência contra a mulher informando que o ciclo de agressões precisa ser interrompido, o Grupo incentiva que este diálogo se estenda para toda a sociedade. “É importante que esses homens reproduzam o que aprenderam no grupo com seus amigos e familiares”, pontual.

Já a psicóloga Dulcinéa Leão destaca que é importante fazer os homens compreenderem também que o ato agressivo não os determina, que eles podem e muitas vezes já demonstram serem diferentes destas condutas, de modo que a partir da reflexão e do conhecimento passem a construir relacionamentos mais saudáveis.

Atuando na Vara de Violência Doméstica e na Ronda Maria da Penha em Feira de Santana, parceira da iniciativa dos Grupos Reflexivos mantidos no âmbito da 1ª Regional da Defensoria, o sargento Florisvaldo dos Santos ressaltou que a masculinidade tóxica se ergue sobre “crenças limitantes que impedem o homem de expressar as suas emoções, o que pode conduzir a comportamentos agressivos nos seus relacionamentos conjugais”.