COMUNICAÇÃO

Protagonismo das Mulheres Negras abre a semana com muita arte, afirmação, luta e resistência

17/07/2023 17:49 | Por Priscilla Dibai / 2.389 DRT/BA
A estagiária Elysa Ramos, mediadora da mesa-redonda, na abertura do evento Mulheres Negras (Foto: Mateus Medina)

O evento ‘Mulheres Negras: raízes da luta, liberdade, justiça e direitos’, promovido pela Ouvidoria da Defensoria, em parceria com o núcleo de Equidade Racial da Defensoria, pauta temas relacionados à superação das desigualdades de gênero e raça

Está aberto o período de comemoração, reflexão e luta referente ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, que será celebrado no próximo dia 25 de Julho, mas a Ouvidoria da Defensoria adiantou o lado. Nesta segunda-feira, 17, começou a atividade ‘Mulheres Negras: raízes da luta, liberdade, justiça e direitos’, que debate temas relacionados à superação das desigualdades de gênero e raça, contribuindo para a construção de uma agenda cidadã e propositiva. A abertura do evento contou com importantes depoimentos e apresentações artísticas, misturando política afirmativa e arte.

O evento, promovido pela Ouvidoria, em parceria com o Núcleo de Equidade Racial da Defensoria, faz referência ao Julho das Pretas, mês emblemático de afirmação, luta e resistência, que tem como marco o 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. O encontro vai até próxima sexta-feira, com muita arte, engajamento e debates. 

A primeira mesa-redonda contou com a presença da defensora-geral, Firmiane Venâncio, que falou sobre o papel social da Defensoria Pública da Bahia – DPE-BA. “Somos a instituição que deve promover os direitos humanos e isso significa que existe, na nossa sociedade, grupos historicamente vulnerabilizados, como mulheres, negras (os), pessoas com deficiência, entre outros, aos quais deve ser dada uma atenção especial. A nossa instituição abre as portas para fazer esse trabalho de aproximação, de aprender juntos e fazer essa partilha de conhecimento, buscando a resolução dos conflitos”, comentou. 

Naira Gomes, nova ouvidora-geral, lembrou que a atividade é uma forma de celebrar as conquistas já obtidas, mas também de traçar estratégias e realinhamento para novas lutas. “É a Defensoria se posicionando cada vez mais perto do povo, do público que assiste e dando voz às mulheres que estão historicamente silenciadas. Esse evento reafirma a Defensoria como lugar de troca, de escuta, que concede fala às mulheres negras”, afirmou.

Além de Firmiane e Naira, participaram da mesa-redonda as defensoras Vanessa Nunes, Alessia Tuxá e Diana Furtado, além da pedagoga da Escola Superior da Defensoria Pública (Esdep), Cacilda Queiroz. As estagiárias Elysa Ramos e Catarina Ferreira fizeram a mediação do encontro.

À tarde, a roda de conversa ‘A cor e a dor das violências de gênero na Bahia’ discutiu dados, contextos e políticas de enfrentamento à violência contra mulheres negras, com participação da defensora Lívia Almeida. A atividade reuniu dezenas de alunos da rede municipal de ensino, além de outros(as) interessados(as).

Lívia Almeida destacou o serviço realizado pelo núcleo de defesa das mulheres da DPE-BA. “Realizamos um trabalho especializado para atender vítimas das diversas violências em função do gênero. Ainda que a violência atinja todas as mulheres, ela ocorre de forma muito mais intensa com as mulheres negras. Assim, é muito importante estar aqui e falar para elas, porque elas precisam conhecer seus direitos”, comentou.

Além de Livia Almeida, participaram da roda de conversa da tarde: Lívia Ferreira, presidenta da UnaLGBTQ+ Bahia; Maria Oliveira, do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA; Thiffany Odara, pedagoga e mestra em Educação; e  Johanna Monagreda, doutora afro venezuelana em Ciência Política.

O evento, que termina sexta-feira (21/07), conta com programação diversa: rodas de conversa, oficinas, feira de afroempreendedorismo, espaço lúdico infantil e apresentações artísticas. Todas as atividades acontecem na sede da Ouvidoria, no bairro do Canela e são abertas ao público. Entre os temas debatidos, estão: a luta pela terra, violência de gênero, trabalho, classe, raça, saúde mental, autoestima e negritude.

Confira a programação completa:

18/07
09h- 12h: As mulheres e a terra – compartilhamento de saberes, lutas e esperanças
Mediação: Soraia Ramos
Convidadas: Maria Conceição / Jamira Alves / Zica Pires / Rutian Pataxó
Encerramento: Apresentação artística
*Entrega de certificado.
**Espaço lúdico infantil

19/07
09h- 12h: Mulheres trabalhadoras: direitos, raça e classe
Mediação: Daniely Melo Oliveira
Convidadas: Rosa de Souza / Mailan Pereira / Anemone Santos / Priscila Mércia / Creuza Oliveira
Encerramento: Apresentação artística
*Entrega de certificado
**Espaço lúdico infantil

20/07
15h-17h: Oficina de práticas terapêuticas com folhas e ervas
Com Fabiane Bispo e Cacica Renata

21/07
13h – 14h: Oficina de Turbantes

14h – 18h: Feira de Economia Solidária / Espaço lúdico infantil

14h – 17h: Eu sou neguinha? Identidade, autoestima e saúde mental.
Mediação: Analeide Accioly
Convidadas: Clarissa Verena / Zuldiane Coelho / Luciana Cruz / Jeane Tavares / Leide Bonfim / Naira Gomes
*Entrega de certificado

21/07
18h – Apresentação da ouvidora-geral, Naira Gomes
Jam cultural periférica: Grazielle Ferreira, do Sarau do Jaca / Ludmilla Singa, do Slam das Minas / Vanessa Coelho, do Coletivo Zeferinas / Hellena Ayala, do Sarau da Onça
Apresentação: Maracatu Ventos de Ouro.

SERVIÇO

O quê? Mulheres Negras: raízes da luta, liberdade, justiça e direitos

Quando? De 17 a 21 de julho de 2023

Onde? Sede da Ouvidoria Cidadã – Rua Pedro Lessa, 123, Canela