Mais de 2 mil pessoas consumiram 1,3 milhão de copos descartáveis na Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA em 2019. As informações de consumo foram levantadas por meio da ação Mãos que Reciclam, a qual foi iniciada pela Defensoria em Vitória da Conquista e fomentou a criação do Núcleo de Gestão Ambiental – Nugam.

Nesta quarta-feira, 18, a coordenadora do Nugam, Kaliany Gonzaga, foi à sede da Regional Metropolitana, em Camaçari, acompanhada da psicóloga que atua em Vitória da Conquista, Kamila Rodrigues, apresentar o órgão e dialogar com os presentes sobre práticas sustentáveis de consumo e consciência ambiental. O momento ocorreu com a presença do coordenador da respectiva regional, Daniel Soeiro, e o defensor público João Tibau atuante em Camaçari. A proposta é implantar a coleta seletiva simplificada, com lixeiras para coletar material orgânico e também para os demais materiais, além de implantar um ponto de descarte de itens de logística reversa obrigatória – a exemplo de pilhas, bateria, lâmpadas, entre outros.

“O objetivo inicial do Nugam nos torna uma instituição sustentável. Como pensar em sustentabilidade para sermos exemplo e para que possamos exercer o nosso trabalho? Nós precisamos fazer o dever de casa. Somos 2.113 pessoas e precisamos caminhar juntas na mesma direção, engajadas nesse propósito com o incentivo de todos. Quando estivermos lá fora, precisamos também nos esforçar porque é um desafio, é mudança de hábito”, afirmou Kaliany.

A defensora pública lembrou que em Vitória da Conquista, o trabalho de coleta seletiva já dura alguns anos e os principais incentivadores foram os catadores de materiais recicláveis. Estes trabalhadores passaram a recolher os itens na própria Instituição e revende-los para obter renda após a implementação de ecopontos na DPE/BA local. É importante destacar que a própria equipe – estagiários, servidores e defensores – passou a fazer a coleta seletiva nas respectivas residências e depositar os materiais nos pontos especiais.

Também integrante do Nugam, o defensor João Tibau teceu comentários sobre análise de consumo de determinados itens, pontuou que existem diferenças de consumo entre as unidades da DPE/BA e também ressaltou a implementação do Núcleo.

“A preocupação com o meio ambiente é importante e as instituições públicas tendem a ser grandes consumidoras de insumos, o que pode ser evitado. Mudanças de hábitos podem fazer uma diferença enorme. Em uma instituição pública do tamanho da Defensoria, que está em várias cidades, movimentando e empregando muita gente, é natural que essas mudanças tenham uma repercussão significativa. Então, é fundamental para o Nugam começar a conscientizar as pessoas”, declarou.

Região Metropolitana

Além de participar da sensibilização em Camaçari, o coordenador da Regional Metropolitana, Daniel Soeiro, também se reuniu junto à coordenadora do Nugam e o defensor João Tibau para analisar os números de consumo de materiais descartáveis e outros itens nas comarcas ligadas à região – Camaçari, Candeias, Lauro de Freitas, Simões Filho e Itaparica.

“Não esperávamos essa discrepância de consumo entre as comarcas. Mudar os hábitos de consumo não é uma tarefa fácil, mas é uma mudança de postura que precisamos ter. A decisão da administração da Defensoria foi muito feliz por pegar uma ação desenvolvida em Vitória da Conquista, que mostrou que eles começaram aos poucos e hoje desenvolvem um grande trabalho. Nós podemos fazer a mesma coisa. Tentar verificar o porquê dessa discrepância de consumo entre as unidades e tentar criar mecanismos e ações para que mudemos esse cenário”, pontuou o coordenador. Os próximos passos incluem uma reunião nas unidades que integram a Regional Metropolitana para identificar as possíveis soluções a serem adotadas.

Perfil de consumo

Uma das ações do Nugam que têm sido implementadas é a aplicação de um questionário nas regionais para conhecer os hábitos de consumo e identificar o nível de consciência ambiental dos integrantes da DPE/BA. Até o momento, já foram aplicados em Salvador (163), Jequié (27), Camaçari (23), Itabuna (40), Ilhéus (28) e Vitória da Conquista (50).

Kamila Rodrigues destaca que o objetivo é conhecer um pouco mais sobre a percepção da equipe acerca da sustentabilidade. “Já que o nosso objetivo é que a Defensoria se torne cada dia mais sustentável, precisamos ouvir todos que fazem parte da Instituição. A gente entende que as ações não podem ser cristalizadas porque a realidade de cada unidade é diferente. Até o momento, observamos que a percepção ambiental ainda é precária. Mas durante a aplicação, as pessoas já refletem sobre posturas que poderiam ser modificadas ou melhoradas para contribuir com um modo de vida sustentável”, afirmou.