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Método de ressocialização foi tema de palestra no IV Curso de novos defensores

01/07/2008 08:07 | Por tao_adm
Método de ressocialização foi tema de palestra no IV Curso de novos defensores
Método de ressocialização foi tema de palestra no IV Curso de novos defensores

Como forma de humanizar o sistema prisional e oferecer alternativas para que o condenado se recupere sem reincidir no crime, o Projeto Novos Rumos na Execução Penal foi apresentado e discutido no último sábado, 28, durante o IV Curso de Mediação, promovido pela Escola Superior da Defensoria Pública da Bahia – ESDEP, no auditório do Hotel Vilamar, em Amaralina. O curso visa capacitar os defensores recém-ingressos na instituição, como parte do IV Curso de Formação de Novos Defensores, e aqueles que já atuam na área criminal.

Idealizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), o projeto é baseado no método da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC, que consiste na aplicação de "elementos fundamentais", de maneira sinérgica, para alcançar os resultados almejados – que é a total recuperação e reintegração social do preso – sem perder a finalidade punitiva da pena.

Roberto Donizete de Carvalho, ex-presidiário e gerente administrativo da APAC em Itaúna, Minas Gerais, destacou que a valorização humana é o principal alicerce no processo de reintegração do preso. "Além da assistência jurídica, é necessário que o condenado tenha auto-estima. Isso só é possível através de mecanismos que unam trabalho, família, religião, assistência à saúde e jurídica", pontuou.
Márcia Custódia, voluntária em Itaúna, diz que o método atinge 90% de recuperação do condenado, enquanto o sistema prisional tradicional apresenta o índice de apenas 15% de reintegração do egresso, gastando três vezes mais.

No entanto, salienta que é preciso difundi-lo ainda mais para que haja uma maior sensibilização e mobilização dos segmentos sociais interessados em implantá-lo. "Uma das estratégias é a disseminação do sentimento de co-responsabilidade da sociedade na questão da recuperação dos condenados", disse Custódia, acrescentando que, para tanto, é necessária a articulação de parcerias entre Estado, prefeituras e empresas privadas.

Apresentando índices de reincidência em torno de 8%, o método socializador da APAC já foi implantado em 19 países, como Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra e México. Atualmente existem 100 unidades da APAC no Brasil; algumas em fase de implantação.