As nomenclaturas utilizadas pelo senso comum para se referir às pessoas transsexuais foi um dos temas discutidos na palestra na Escola Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia – ESDEP. A capacitação teve como público-alvo assistentes sociais, pedagogos e psicólogos da Fundação Cidade Mãe – FCM, nesta terça-feira, 10.
O palestrante foi Ailton Santos, coordenador do Ambulatório para Travestis e Transsexuais do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa – CEDAP.
Nessa parceria, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, por meio da Especializada de Direitos Humanos, e a FCM visaram a capacitação da equipe da fundação para atendimento de pessoas LGBT. Segundo a gerente de unidades de atendimentos institucionais para crianças e adolescentes da FCM, Suzana Esteves, o público é atendido frequentemente pela instituição.
“Recebemos, principalmente, adolescentes transexuais e procuramos atendê-los da melhor forma possível, mas a capacitação é importante para entendermos de quais formas devemos nos portar ao recebermos esse público específico”, destacou a gerente. Além disso, Suzana ressaltou a importância da iniciativa da DPE/BA, que surgiu por meio de visitas à FCM, no Engenho Velho de Brotas.
As defensoras públicas e coordenadoras da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues e Lívia Almeida, presentes no evento, afirmaram que o papel da DPE/BA é promover a diversidade e os direitos humanos. “É importante que as pessoas que lidam com essas crianças e adolescentes, que estão na fase inicial de formação, não reproduzam estereótipos, preconceitos e discriminações”, apontou Lívia.
A defensora ainda comentou a importância de abordar a identidade de gênero especificamente com a equipe assistencial da fundação, que lida diretamente com o público trans. “Nós procuramos a direção de uma dessas unidades, pois os profissionais aprendem sozinhos, ‘na marra’, sem ter a capacitação direta em relação a identidade de gênero. Por isso marcamos esse evento. Nessa palestra, foi explicado o que é a identidade de gênero de forma didática”, finalizou Lívia Almeida.