COMUNICAÇÃO

Direção do São Jorge será visitada segunda

13/12/2007 14:42 | Por

A Defensoria Pública da Bahia vai representar junto ao Conselho Regional de Medicina e Secretaria da Saúde do Estado contra unidades de saúde do Estado e profissionais a elas ligados em virtude de denúncias de maus tratos que condenaram a aposentada Hilda Menezes Lima, 86, a uma sofrida trajetória de espera e descaso. Hoje, sexta-feira, 14, às 10h30, a filha da vítima, Rita Menezes, prestou depoimento na Defensoria Especializada do Idoso, no Canela, visando fornecer subsídios para a ação.

A partir do depoimento que coletou hoje, a defensora pública Walmary Pimentel pretende ingressar com as representações e tomar as providências necessárias, para que os crimes cometidos não fiquem sem punição. Após o depoimento prestado por Rita Menezes, filha da aposentada Hilda Menezes Lima, 86, que sofreu maus tratos na unidade de saúde , foi agendada uma visita ao Hospital São Jorge para a próxima segunda-feira, 17, às 10 horas. A Defensoria convidou representantes dos conselhos estadual e municipal.

Tudo começou na última quarta, 5, quando Hilda, acompanhada da filha, procurou o Hospital São Jorge (Pan de Roma); estava quatro semanas sem evacuar e sentia muitas dores. No local, foi atendida por uma médica, que recomendou a lavagem intestinal e diagnosticou fecaloma. Mas foi informada de que o recomendado era cirurgia e que teria que buscar outro hospital.

Acompanhada da filha, a aposentada chegou a passar uma noite em uma cadeira de rodas no corredor do São Jorge, onde ficou até o último domingo, 9, aguardando uma vaga em outra unidade para realizar a cirurgia. Neste período de espera, ninguém no hospital havia lhe dirigido a palavra. "Apenas uma médica que passou por nós, relatei a situação e ela mandou a gente procurar o governador", disse Rita.

A Defensoria ficou sabendo do caso no último domingo, 9, quando um parente da vítima procurou a defensora pública Walmary Pimentel, subcoordenadora da Defensoria Especializada do Idoso, no stand da Feira de Direito Humanos (Farol da Barra). Pimentel conseguiu contato com a Central de Regulação, que, até então, não havia registrado a solicitação. A central informou da vaga no Hospital Roberto Santos, às 14h de segunda, 10. Mas, após diversos desencontros de informações, dona Hilda só conseguiu a internação às 23h. Ficou três dias internada sem qualquer tipo de atendimento na unidade. Só foi atendida na quarta-feira, 12, quando foi submetida a um procedimento mecânico para desobstrução, após novos contatos feitos pela Defensoria.