COMUNICAÇÃO

Defensoria garante medicamento para portadores de esclerose múltipla

28/07/2010 21:35 | Por

Wesllen Rodrigues tem apenas 16 anos e é portador de esclerose múltipla. Preocupado com a falta do medicamento "Rebif", utilizado para minimizar os sintomas da doença, ele procurou o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública para ajudar em sua situação. Há seis meses, o remédio não era encontrado no Hospital Manoel Victorino, único ponto de distribuição da substância em Salvador.

Motivado pela denúncia, a Especializada em Direitos Humanos encaminhou ofícios ao hospital e à diretoria farmacêutica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, solicitando informações e recomendando providências. Como resposta, obteve a regularização do fornecimento do remédio, que recomeçou na semana passada.

"Graças à atuação da Defensoria, tenho agora um problema a menos com que me preocupar. Ser portador desta doença já é complicado e ter que lutar para conseguir um medicamento torna tudo ainda mais doloroso, pois são poucas as pessoas que têm condições de pagar 6000 reais para adquirir este remédio", desabafa Wesllen.

De acordo com o defensor Marcelo Rodrigues, "uma intervenção como esta apresenta grande relevância, pois trata de violação de direitos fundamentais de grupos socialmente vulneráveis. Além disso, promove a solução extrajudicial de conflitos", pontua.

A esclerose múltipla ataca o sistema nervoso central, uma vez que o sistema imunológico do portador da doença não reconhece a mielina - espécie de capa protetora dos nervos - como parte do organismo. Quando a mielina é atacada, o nervo que estava sendo coberto perde a função. O paciente de esclerose múltipla pode sofrer com a perda da visão, de equilíbrio e da agilidade na locomoção, por exemplo. A doença se manifesta por meio de surtos dos quais as pessoas podem se recuperar total ou parcialmente (o que é mais comum). Os indivíduos acometidos pela esclerose são, na maioria, os jovens. Os portadores já nascem geneticamente pré-dispostos a desenvolver a doença, que não tem cura. Caso faça o acompanhamento médico e o uso correto da medicação, o paciente pode levar uma vida normal.