COMUNICAÇÃO

Defensoria é acionada por Fórum de Mulheres em Lauro de Freitas

21/07/2009 23:48 | Por

No final do mês de junho, a sociedade ficou chocada com o caso da assistente social Luciana Lopo, torturada com requintes de crueldade por mais de quatro horas pelo próprio marido, o professor de educação física Adalberto França Araújo Filho. A indignação levou o Fórum de Mulheres de Lauro de Freitas a procurar a Defensoria Pública nesta terça-feira, dia 21 de julho, quando a coordenadora das Defensorias Especializadas Regionais, Firmiane Venâncio esteve reunida com o pai da vítima, membros do Fórum e com a promotora de Justiça Márcia Teixeira, coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher (GEDEM) do Ministério Público,além de outras representações da sociedade civil.

"O Fórum nos procurou entendendo que a Defensoria Pública é uma instituição de grande importância política no combate à violência contra as mulheres", afirmou a coordenadora das Regionais, Firmiane Venâncio. No encontro, membros do Fórum foram orientadas quanto a estratégias de ação que podem ser articuladas para que haja maior celeridade no andamento do inquérito. "As orientamos no sentido delas buscarem as instâncias de poder que estão a frente do caso, desde a delegada até o promotor de Justiça encarregado para que possam acompanhar de perto os encaminhamentos dados para a efetivação da Justiça", pontuou Venâncio.

Com o encontro, foram fornecidas informações sobre o andamento do processo, as caracterizações dos variados delitos praticados pelo agressor e as penas previstas para cada um deles. Para a coordenadora do Fórum, Sulle Nascimento, o diálogo foi essencial. "Sabemos do histórico da Defensoria Pública no combate a este tipo de violência que acomete cada vez mais mulheres. Foi muito produtivo para nós do Fórum, que somos leigas nesta área jurídica, podermos contar com a predisposição dos organismos públicos jurídicos como a Defensoria em nos orientar quanto a este caso. Agora temos subsídios para poder acompanhar o inquérito e sabermos cobrar de quem deve ser cobrado", afirmou a coordenadora.

Para o Fórum de Mulheres de Lauro de Freitas, com o respaldo jurídico adquirido na reunião, as mobilizações agora serão em torno da garantia de que o acusado permaneça preso. "Queremos que ele seja julgado o mais rápido possível e que o crime seja qualificado enquanto hediondo, inafiançável", pontuou Sulle.

O Caso - Adalberto França está preso em Simões Filho e é acusado de tentativa de homicídio segundo a Lei Maria da Penha, que intensificou o rigor das punições das agressões contra a mulher no âmbito doméstico. Seus advogados impetram habeas corpus, no sentido de garantir que o acusado responda em liberdade. Na próxima semana, com data ainda a ser definida, será agendada audiência com o promotor encarregado do caso. Estamos atentas ao andamento de todo este processo pois temos a certeza de que este caso não pode ficar impune", conclui Sulle Nascimento.