COMUNICAÇÃO

Criança com suspeita de gripe suína consegue internamento através da Defensoria

01/09/2009 0:00 | Por

Com suspeita de gripe suína, a pequena Maria Ester de Souza, de apenas cinco meses vinha apresentando alguns dos sintomas da doença, como mal estar e febre alta, o que alertou seus pais para a busca de orientação médica na última sexta-feira (28). No atendimento de emergência realizado no Hospital Santa Isabel (Nazaré), a criança recebeu as primeiras avaliações médicas, que apontaram a necessidade da internação da paciente após diagnosticarem uma broncopneumonia, que poderia ser proveniente da gripe.

Apesar de ter completado 140 dos 180 dias de carência do plano de saúde, prestado pela empresa Santa Saúde, a pequena Maria Ester foi impedida de ser internada para dar continuidade ao tratamento de forma adequada. "O pessoal do Hospital me informou que o plano não cobria o internamento de minha filha, mesmo só faltando 40 dias pra completar a carência. Todo mundo achou um absurdo porque a situação era de emergência, minha filha não podia esperar. Fiquei sem saber o que fazer e uns amigos e funcionários aqui do Hospital me indicaram que procurasse a Defensoria", explicou o pai da criança Adriano de Souza (29).

Por volta das 19h da sexta-feira (28), o pai buscou a Casa de Acesso à Justiça, no Jardim Baiano, onde foi atendido pela defensora pública Marta Torres, especializada em Direito do Consumidor. "Assim que recebemos o pai aqui, fizemos todo o trâmite inicial, demos entrada com ação judicial para que o juiz plantonista deferisse liminar autorizando o internamento da Maria Ester", explicou a defensora. Acompanhando o pai da garota, a defensora deu entrada na ação e aguardou a decisão do juiz, que deferiu a liminar, garantindo, assim, a internação de Maria Ester. Nesta segunda, após avaliação dos médicos, foi negada a associação da broncopneumonia com ação do vírus H1N1.

"Se não fosse a compreensão do Hospital, o tratamento poderia ter sido interrompido, a espera da autorização. Graças a Deus ela continuou na medicação até que tudo pudesse ser resolvido. Ainda bem que a ação da Defensoria foi rápida e conseguiu a determinação do juiz. Eu não teria como pagar essa intervenção", falou agradecido o pai, que é técnico industrial. Segundo Torres, a justificativa da carência por parte do plano de saúde deve se valer apenas em casos de doenças pré-existentes e não em situações de emergência. "É preciso que estejamos atentos para que esta prática não se torne comum por parte das prestadoras de planos em um momento tão crítico como este em relação ao vírus da gripe suína, em especial com as crianças", pontuou a defensora.

A pequena Maria Ester já recebeu alta do Hospital Santa Isabel e está sendo medicada em sua própria casa. Atenta ao bem estar da população de menor poder aquisitivo, a Defensoria Pública da Bahia, através do seu Núcleo de Direitos Humanos, oficiou ao governo do estado solicitação das medidas que vem sendo adotadas para a prevenção da gripe. O Núcleo aguarda resposta de informações mais detalhadas das medidas, segundo o coordenador, Gilmar Bittencourt.