COMUNICAÇÃO

Cartilhas sobre condição de catadores de resíduos sólidos e como colaborar com reciclagem são disponibilizadas pela Defensoria

03/03/2021 16:57 | Por Júlio Reis - DRT/BA 3352

Publicações buscam apontar como governos, iniciativa privada e cidadãos podem mover-se, com atitudes humanas e empáticas, para a inclusão de catadores e melhor gestão da coleta do lixo

Qual a diferença entre resíduos sólidos e rejeitos e como devem ser descartados? Quanto tempo dura a decomposição de uma sacola plástica de supermercado na natureza? Quantas pessoas trabalham como catadoras de materiais recicláveis no Brasil? O que você pode fazer para contribuir com o processo de coleta seletiva na sua cidade?

Divulgando informações e dados que respondem perguntas como estas, a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA desenvolveu e está disponibilizando em seu site as cartilhas: “Conhecendo as catadoras e catadores de material reciclável” e “Mãos que reciclam, contribuir para transformar”.

Elaboradas pelo Núcleo de Gestão Ambiental – Nugam da Defensoria, as publicações buscam atuar na implementação da legislação ambiental brasileira, além de exercer assistência para público socialmente vulnerável e promover ações de educação em direitos.

Na cartilha sobre os e as catadoras, o objetivo principal foi compartilhar informações e depoimentos sobre as condições de vida destas pessoas. Além disso, a publicação busca apontar como os governos municipais, a iniciativa privada e os cidadãos em geral podem e devem mover-se, com atitudes humanas e empáticas, para a inclusão destes trabalhadores nas gestões da coleta de lixo.

Em sua maior parte realizado por trabalhadores até aqui não organizados em cooperativas e associações, a catação é responsável por aproximadamente 90% dos resíduos que retornam à indústria. Geralmente sem formalização de nenhum tipo, os catadores(as) atuam como agentes ambientais de fato prestando um “serviço público” que tem impactos sociais, econômicos e ambientais. Ao coletar materiais recicláveis, eles reduzem a disposição incorreta de resíduos diminuindo o impacto ambiental ao aumentar a vida útil dos aterros sanitários.

Já na publicação sobre como contribuir com a coleta de lixo, o propósito é tanto difundir dados que estimulem as pessoas a refletir sobre a necessidade de um consumo consciente, como indicar caminhos e meios para que com pequenas ações cada um também faça a diferença. São apontadas, assim, exemplos como a adoção de copos e de sacolas de uso contínuo, além da necessidade do descarte separado em locais específicos de lâmpadas, baterias e medicamentos.

Além disso, como assinala a cartilha, mesmo nos municípios onde a coleta seletiva não é cumprida, segue importante separar os materiais recicláveis como plástico, papel e papelão, porque isto auxilia o trabalho de catadores.

De acordo com a defensora pública e coordenadora do Nugam, Kaliany Gonzaga, as cartilhas buscam compartilhar o que Núcleo apreendeu com os e as catadoras de materiais recicláveis.

“Com suas atividades de separação, coleta e triagem de materiais, são os catadores e as catadoras quem mais cumprem com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para comemorar o Dia Mundial dos Catadores, a Defensoria lançou duas Cartilhas para que as pessoas possam conhecer mais sobre o trabalho que fazem e saber de que maneira podem contribuir para transformar esta triste realidade [da ausência de coleta seletiva regular] em que hoje vivemos inseridos”, comentou Kaliany Gonzaga.

Em tempo: resíduos sólidos é a parte do dito lixo que pode retornar à cadeia produtiva como papelão, latinhas de alumínio ou metais, vidros, entre outros. Já rejeito é parte do lixo que não pode ser reaproveitada pela indústria e pode ser utilizada apenas como material para compostagem ou encaminhada para os aterros. Feita a partir do petróleo, uma embalagem plástica leva até 450 anos para se decompor. Estima-se que no Brasil existem hoje cerca de 800 mil pessoas trabalhando com a catação. Você também pode contribuir com o destino do lixo ao repensar e reduzir hábitos da cultura consumista.