COMUNICAÇÃO

CAPRED atende na nova sala destinada à Defensoria na 1º Delegacia

13/10/2009 16:57 | Por

Por solicitação dos presos, na manhã desta sexta-feira, 09 de outubro, a Central de Assistência a Presos em Delegacias (CAPRED), da Defensoria Pública, retornou à 1ª Delegacia, no Vale dos Barris, em Salvador. Na última semana, os presos haviam sinalizado insatisfação por conta da falta de atendimento jurídico, tendo em vista que a grande maioria não possui advogado por não poderem arcar com as despesas da defesa.

Desta vez, o trabalho de assistência jurídica aos custodiados passou a ser desenvolvido na nova sala equipada com computadores e sistema de monitoramento. Em Salvador, esta iniciativa pioneira contribui decisivamente para melhorar o serviço, garantindo eficiência e agilidade na execução dos processos.

“Com essa sala, o atendimento passa a ser ampliado. Antes era feito na cela onde se encontrava o preso. Acredito que ter um espaço disponível traz dignidade para quem está atendendo, seja o defensor ou o estagiário, e também para o próprio preso”, afirma a defensora pública Soraia Ramos, que coordena a CAPRED. Depois de cadastrar os custodiados, verifica-se a situação jurídica e as demandas são encaminhadas. “Em muitos casos, não existe condições dos presos pagarem pelos custos de advogados, então a Defensoria vai até eles. Estamos ouvindo e prestando assistência, fazendo valer os direitos”, pondera Soraia.

Um dos efeitos imediatos dessa atuação podem ser avaliados no cotidiano da própria delegacia. “Os presos ficam muito mais calmos porque sabem que os seus direitos estão sendo vigiados. Sabem que existem pessoas dispostas a ouvir a versão deles e, principalmente, de auxiliá-los nas questões que os aflige”, explica Patrícia Nuno, delegada responsável pela 1ª Delegacia. Ao todo, as 12 celas deveriam comportar até 30 detentos. Hoje, o número é de aproximadamente 80.

A possibilidade de aumentar o número de delegacias com espaço destinado ao atendimento individual de presos depende de alguns fatores. “Esse trabalho serve para que a gente consiga sensibilizar outras unidades. Claro que sabemos que nem todas tem condições estruturais de ter um espaço desse. Os problemas existem sim, mas acredito e confio nesse trabalho, porque acredito na inclusão”, afirma Patrícia Nuno. Opinião semelhante é compartilhada por Ubirajá Leal, estagiário que atua CAPRED, “eles se sentem de fato assistidos, muitos precisam de oportunidade e de reinserção”.

A idéia inicial é atuar duas vezes por semana. Uma vez que o trabalho na 1ª Delegacia esteja em etapa avançada, o trabalho segue também para a 4ª Delegacia, em São Caetano.