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No 2º turno, Defensoria Pública acompanha votação de presos provisórios na Bahia

29/10/2012 04:10 | Por tao_adm
No 2º turno, Defensoria Pública acompanha votação de presos provisórios na Bahia
No 2º turno, Defensoria Pública acompanha votação de presos provisórios na Bahia

No segundo turno das eleições municipais deste ano, mais uma vez, uma parcela dos eleitores de Salvador e Vitória da Conquista teve o direito de votar assegurado graças ao trabalho da Defensoria Pública da Bahia. Nestas cidades, 619 presos provisórios – aqueles que não foram condenados em caráter definitivo, e jovens entre 16 e 21 anos, que cumprem medidas socioeducativas de internação ou internação provisória-, compareceram às urnas instaladas em unidades prisionais da capital baiana e do município localizado no sudoeste do estado. No primeiro turno das eleições, 931 presos provisórios votaram na Bahia.

O direito do voto aos presos é uma garantia prevista na Constituição Federal. De acordo com o inciso III do artigo 15, presente na Carta Magna, a suspensão dos direitos políticos – que inclui o voto – só é permitida em casos de condenação criminal com trânsito em julgado, ou seja, quando o réu não pode mais recorrer da sentença condenatória. Desde 1988, quando foi promulgada, a Constituição assegura aos presos provisórios o direito ao voto. No entanto, apenas nas eleições de 2010 a exigência foi devidamente regulamentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da resolução 23219/2010, e passou a ser aplicada na Bahia. A norma eleitoral exige a instalação de seções eleitorais em todas as unidades penais com mais de 20 votantes e unidades de internação de adolescentes.

"A participação da Defensoria neste processo eleitoral se justifica uma vez que fazer justiça é garantir direitos a quem tem direitos. Além de participarmos e acompanharmos, fomos, durante o processo, Instituição essencial para efetivação do direito ao voto dos presos provisórios e adolescentes internados na Bahia", destacou Bethânia Ferreira, defensora pública da especializada em Execuções Penais, que coordenou o processo de votação em Salvador.

Na capital e Região Metropolitana, defensores públicos atuaram no Presídio Salvador, Penitenciária Lemos de Brito, Conjunto Penal Feminino, Centro de Observação Penal (COP), Unidade Especial Disciplinar (UED) e Cadeia Pública, além das Comunidades de Atendimento Socieducativo (CASEs) Salvador e Simões Filho. Em Vitória da Conquista, a votação aconteceu no Presídio Nilton Gonçalves.

PRIMEIRA VEZ


Para Carlos Alberto Bispo dos Santos, de 28 anos, esta foi a primeira vez em que exerceu o direito ao voto. Aguardando julgamento no Presídio Salvador há 11 meses, ele acredita que votar significa fazer parte da vida da cidade. "Espero sair daqui em breve e voltar a lutar boxe, disputar campeonatos e cuidar da minha filha", prometeu. No presídio Salvador, localizado no Complexo Penitenciário da Mata Escura, 211 detentos votaram no último domingo (28).

Segundo o diretor adjunto do Presídio Salvador, Válter Figueiredo, as instituições envolvidas na votação dos presos – Defensoria, TRE e Secretaria de Administração Penitenciária – têm feito um esforço no sentido de ressocialização dos detentos. "O exercício da cidadania, através da votação é, portanto, um importante passo neste processo de reintegração à sociedade. Afinal de contas, eles também são cidadãos e participarão da vida social da cidade quando saírem daqui", lembrou.

Este ano, com o objetivo de garantir que o direito ao voto dos presos provisórios – que é um dos direitos políticos fundamentais e irrenunciáveis – fosse exercido, a Defensoria Pública e o TRE fecharam um Convênio de Cooperação Técnica, o que permitiu, entre outros pontos, a disponibilização de servidores da Defensoria para atuar como mesários durante o processo de votação. Desde 2010, esta é segunda vez que os presos provisórios da Bahia votam.