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DPE defende retomada das atividades do Núcleo de Prisão em Flagrante durante audiência pública

09/06/2015 11:06 | Por
DPE defende retomada das atividades do Núcleo de Prisão em Flagrante durante audiência pública
DPE defende retomada das atividades do Núcleo de Prisão em Flagrante durante audiência pública

Segundo Tribunal de Justiça da Bahia, as audiências de custódia voltarão a acontecer dentro de três meses

O restabelecimento das audiências de custódia realizadas no Núcleo de Prisão em Flagrante – NPF na Cadeia Pública, Complexo Penitenciário da Mata Escura, foi defendido pelo subcoordenador da Especializada do Crime e Execução Penal da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Maurício Saporito, durante audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia. O defensor público destacou a necessidade da reativação do núcleo e apresentação do preso no prazo de 24h a um juiz nos casos de prisões em flagrante. Embora seja uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, as audiências foram interrompidas desde maio de 2014 em Salvador.

Maurício Saporito aproveitou a audiência para apresentar dados ligados ao cenário prisional de outros estados, que comprovam a necessidade do procedimento baseados em diversos aspectos: redução das denúncias de torturas aos detentos, diminuição da superlotação nas delegacias e presídios, e contribuição para a ressocialização de pessoas custodiadas. De acordo com o subcoordenador, em estados como São Paulo e Espírito Santo, onde as audiências de custódia acontecem regularmente, o direito de responder ao processo em liberdade foi dado a 50% das pessoas presas em flagrante.

Em Salvador, embora exista capacidade técnica e estrutural para retomada das audiências de custódia, a recomendação do CNJ é descumprida pelo Tribunal de Justiça baiano. O coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário – GMF, juiz Antônio Alberto Faiçal Jr., informou durante o evento, no entanto, que a retomada das audiências de custódia em Salvador deverá acontecer no prazo de três meses.

Audiências de Custódia

As audiências de custódia consistem na apresentação dos presos em flagrante a um juiz, em uma audiência onde são ouvidas também as manifestações do Ministério Público, da Defensoria Pública ou do advogado do preso. Durante a audiência, o juiz analisa a prisão sob o aspecto da legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. O magistrado poderá avaliar também eventuais ocorrências de tortura ou de maus-tratos, entre outras irregularidades.

Em maio de 2014 a Defensoria Pública do Estado da Bahia entrou com um pedido de providências administrativas ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ para fazer cumprir, pelo Tribunal de Justiça baiano, a realização de audiências de custódia de prisões em flagrante no prazo de 24 horas. O pedido enviado ao Conselho solicitava ainda a volta do funcionamento do Núcleo de Prisão em Flagrante – NPF na Cadeia Pública já que, após ter sido transferida para o Fórum Criminal, em Sussuarana, a realização das audiências foi progressivamente prejudicada até deixar de acontecer.

Ainda segundo a representação da DPE/BA, a desativação do núcleo e sua transferência de local contrariou a própria Resolução do TJ/BA, de agosto de 2011, que instituiu o NPF com sede na Cadeia Pública. Embora a resolução date de 2011, o núcleo só iniciou suas atividades em setembro de 2013, após outra intervenção da Defensoria estadual junto ao CNJ.

Leia também: Defensoria Pública pede providências ao CNJ para cumprimento de audiências de custódia em 24h