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Defensoria Pública participa da 1ª reunião de trabalhos da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

18/03/2015 03:03 | Por tao_adm
Defensoria Pública participa da 1ª reunião de trabalhos da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
Defensoria Pública participa da 1ª reunião de trabalhos da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

A primeira reunião de trabalho da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia, ocorrida na manhã desta quarta-feira, 11, contou com a participação da Defensoria Pública da Bahia. O convite para integrar o encontro, feito pela presidente da Comissão, deputada Fabíola Mansur (PSB), reflete a aproximação entre a Defensoria Pública baiana e o trabalho desenvolvido pela Assembleia na defesa dos direitos da mulher. Esta foi ainda a primeira visita feita pelo defensor público geral à ALBA após tomar posse no cargo, no último dia 2.

Convidado para compor a mesa da Comissão, Clériston Cavalcante de Macêdo inicialmente agradeceu o convite feito pela Comissão, o apoio recebido das deputadas pela sua nomeação como defensor público geral, e a parceria estabelecida entre DPE e Assembleia, sobretudo com a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Ao falar sobre os serviços oferecidos pela Defensoria Pública na assistência jurídica gratuita, o defensor público geral chamou atenção para a atuação da Defensoria na criação da Vara de Violência Doméstica na Bahia. Ele explicou ainda às deputadas, deputados e representantes da sociedade civil presentes o trabalho realizado na defesa tanto da mulher como do suposto agressor em casos de violência contra a mulher, o que amplia o rol de atuação da Instituição e a necessidade de defensores públicos.

Gestor de uma Instituição que conta com apenas 267 defensores públicos, o DPG defendeu a necessidade de nomeação dos 14 defensores públicos aprovados na última seleção e a realização de um novo concurso público, sobretudo para interiorizar os serviços da Defensoria e preencher vagas surgidas da criação de novas Varas de Violência Doméstica no Estado. Para tanto, o apoio do Legislativo é considerado fundamental. "Temos uma Defensoria com uma lei de 2006, estamos em 2015, e essa lei ainda não foi adequada para a necessidade da Instituição em determinados assuntos, como a violência doméstica. Conversei com o governador sobre a importância de uma modificação legislativa, no sentido de assegurar a defesa dos direitos de todos os vulneráveis, tanto da mulher como dos direitos humanos como um todo, já que não temos defensores públicos com cargos para atuarem nessa demanda", pontuou o defensor público geral.

NUDEM

Ao apresentar dados do NUDEM – Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher criado em 2008, o defensor público geral apontou números que dão a dimensão da situação de violência doméstica no estado. Desde 2008, o NUDEM já atendeu 19.263 casos de mulheres que procuraram a DPE para receberem assistência jurídica. As ações envolvem o pedido de medidas protetivas, encaminhamento a centros de referência e à Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda para profissionalização e posterior inclusão no mercado de trabalho, entre outras ações. Juntas, elas representam 11.788 ações empreendidas para ajudar as mulheres atendidas. "Por isso não poderia deixar de vir aqui ratificar a importância dessa ponte entre DPE, Assembleia e vocês, defensoras das mulheres, que estarão aqui junto conosco numa atuação conjunta, e de quem peço o apoio para, a partir da mudança legislativa, a ampliação do número de cargos de defensores que atuarão nessa demanda, já defasada na lei de 2006, principalmente agora também com a implantação da Casa da Mulher Brasileira".

CAPACITAÇÃO

Com a recente mudança promovida pelo Tribunal de Justiça, que transferiu para as varas de Família a competência para o julgamento de ações ligadas a divórcio e alimentos de mulheres vítima de violência doméstica, a Defensoria deverá fazer um trabalho de capacitação para defensores públicos, promotores e juízes da área para melhor atender e acolher mulheres vítimas de violência doméstica atendidas pela Instituição. Segundo a diretora da Esdep, Firmiane Venâncio, também presente no encontro, em breve, a Escola passará a oferecer um curso voltado à Educação em Direitos para mulheres que exercem algum tipo de trabalho em suas comunidades.

O defensor público geral lembrou ainda da parceria com o Legislativo estadual através do Projeto de Lei apresentado no ano passado pela deputada Luiza Maia (PT) que prevê a obrigatoriedade de comunicação à Defensoria Pública da Bahia dos registros de nascimento sem identificação de paternidade. O PL defende que a comunicação seja feita pelos oficiais de registro civil das pessoas naturais da Bahia, que deverão entregar, por escrito, a relação dos registros de nascimento lavrados em seus cartórios em que não conste a identificação da paternidade.

Como representante da Comissão de Direitos da Mulher da ANADEP, a defensora pública Cristina Ulm defendeu também a agilidade na votação de projetos ligados à mulher e que estão tramitando há anos no âmbito federal e colocou-se à disposição para atuar em prol da mobilização desses projetos na esfera estadual. O problema da demora na tramitação de projetos com essa temática no legislativo estadual também foi apontado pela presidente da Comissão, a deputada Fabíola Mansur.

Além da presidente da Comissão, estiveram presentes à reunião as deputadas Neusa Cadore – vice- presidente da Comissão (PT), Luiza Maia (PT), Maria Del Carmen (PT), Fátima Nunes (PT), Ivana Bastos (PSD), Ângela Sousa (PSD) e os deputados Bira Coroa (PT) e Soldado Prisco (PSDB) que compõem o grupo, assim como representantes da senadora Lídice da Mata, Casa Abrigo, movimentos feministas e sociedade civil.

HOMENAGEM

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher aprovou por unanimidade a realização de uma sessão especial em homenagem à militante e professora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Mulher da UFBA – NEIM, Ana Alice Costa, falecida em dezembro do ano passado.

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