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Defensoria Pública da Bahia vai fazer levantamento sobre situação de entidades de acolhimento

15/06/2015 04:06 | Por
Defensoria Pública da Bahia vai fazer levantamento sobre situação de entidades de acolhimento
Defensoria Pública da Bahia vai fazer levantamento sobre situação de entidades de acolhimento

Trabalho deverá ser feito em todas as instituições de acolhimento de crianças e adolescentes da capital até o final do ano

A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, através da 7ª Curadoria Especial, fará levantamento da situação de entidades acolhedoras de crianças e adolescentes de Salvador. O objetivo é fazer um diagnóstico do número de institucionalizados e suas respectivas idades, situação processual de cada criança/adolescente, quais estão incluídas nos cadastros nacional e internacional de adoção, entre outras informações, a fim de construir um panorama que irá subsidiar as ações a serem desenvolvidas pela Defensoria Pública na área.

De acordo com a defensora pública responsável pelo levantamento, Ana Virgínia Rocha, o trabalho inclui também a oferta de assistência jurídica e extrajudicial aos abrigos e creches. Isso por que entre os principais problemas enfrentados pelas unidades está a dificuldade em obter a documentação necessária de crianças encaminhadas aos abrigos, o que repercute na ausência de cadernetas de vacinação, demora no atendimento médico e realização de exames. Outro problema está ligado ao acesso à justiça. De acordo com Iraci Coimbra, diretora/presidente do Lar da Criança, localizado em Brotas, a demora no retorno das orientações pedidas diretamente ao Juiz nos processos de Medidas de Proteção compromete o desenvolvimento dos Planos Individuais de Acolhimento (PIAS), podendo comprometer também a inclusão das crianças no cadastro de adoção, quando constatamos ser impossível a sua volta para a família de origem ou extensa.

REFORÇO

Ana Virgínia Rocha afirmou que, por ter sido criada recentemente, o trabalho da 7ª Curadoria Especial ainda é pouco conhecido, razão pelo qual pretende visitar todas as entidades de acolhimento até o final do ano. A iniciativa reforça a presença da Defensoria Pública nestes locais, que já acontece por meio das audiências concentradas, através da Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. A cada seis meses, juiz, defensor público e promotor da área da infância e juventude verificam a situação pessoal, processual e procedimental de crianças e adolescentes em instituições de Salvador nestes ciclos de audiências. Por atuar na curadoria de incapazes, a participação da 7ª Curadoria Especial nestes encontros também é obrigatória, sob pena de nulidade das decisões proferidas.

"A atuação judicial da 7ª Curadoria Especial ocorrerá onde houver conflito entre o interesse do incapaz e de seus pais ou responsáveis. Por isso, atuamos recentemente nas audiências concentradas, junto à 1ª Vara de Infância e Juventude de Salvador, além da série de visitas às casas de acolhimento para identificar a real situação dos acolhidos, diagnosticar os problemas existentes sob o ponto de vista do curador de incapazes e atuar seja através da própria Curadoria Especial, seja transversalmente, encaminhando as demandas para outras especializadas da DPE", explicou. De maio até a primeira quinzena de junho, cinco instituições já foram visitadas pela defensora pública.

LAR DA CRIANÇA

A entidade visitada nesta quarta-feira, 10, Lar da Criança, acolhe atualmente 17 crianças e três adolescentes com idades que variam de zero a 16 anos. O lar está em funcionamento há 53 anos e sobrevive graças ao apoio de doações, parceiros apoiadores e repasses financeiros públicos – estes últimos, insuficientes e sem periodicidade definida, segundo a diretora, Iraci Coimbra. Embora possuam sede própria, a manutenção das despesas da casa, pagamento dos 22 funcionários e gestão das dificuldades jurídicas ligadas ao abrigamento de crianças e adolescentes são um desafio diário.

Para Iraci Coimbra, o apoio da Defensoria Pública na articulação das ações, sobretudo as extrajudiciais, será importante na resolução de problemas comuns a boa parte das entidades da capital baiana. "Agora não nos sentimos tão sozinhas", afirmou a diretora.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, Salvador possui hoje 20 entidades de acolhimentos de crianças e adolescentes regulares e cadastradas. Na Bahia, este número chega a 98.

De acordo com a subcoordenadora da Curadoria Especial, defensora pública Mônica Aragão, além das entidades de acolhimento, mais dois projetos serão realizados pela Especializada: o de interiorização da Curadoria e outro, de atenção aos idosos incapazes.