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Defensoria faz recomendação em defesa da liberdade de expressão do movimento de ocupação das escolas

16/11/2016 06:11 | Por
Defensoria faz recomendação em defesa da liberdade de expressão do movimento de ocupação das escolas
Defensoria faz recomendação em defesa da liberdade de expressão do movimento de ocupação das escolas

Ouvidora e subcoordenadores da DPE também assinam documento endereçado a secretários de Educação e dirigentes de estabelecimentos de educação

A Defensoria Pública do Estado da Bahia- DPE/BA emitiu nesta quarta-feira, 16, recomendação para que seja respeitado o direito à liberdade de expressão, manifestação de pensamento, difusão de ideias, reunião e protesto pacífico do movimento de ocupação dos estabelecimentos educacionais. A Recomendação nº 01/2016, com indicação de seis medidas, é endereçada aos secretários de Educação do Estado e dos municípios baianos, aos reitores das universidades e dirigentes escolares, sugerindo que seja adotada, preferencialmente, a via do diálogo e da solução extrajudicial de conflitos no que tange à situação da ocupação de escolas e universidade públicas no Estado da Bahia, e colocando a Defensoria e a Ouvidoria da DPE à disposição para atuarem na interlocução.

A emissão da Recomendação, assinada pelo defensor público geral, Clériston Cavalcante de Macêdo, pela ouvidora da DPE, Vilma Reis, e por subcoordenadores de especializadas e regionais da Defensoria, foi comunicada aos estudantes que ocupam a Reitoria da Universidade Estadual da Bahia, no Cabula, em visita feita pelo subdefensor público geral, Rafson Saraiva Ximenes, e pela subcoordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Eva Rodrigues.

Na avaliação de Rafson Saraiva Ximenes, o movimento que está acontecendo na Uneb é muito significativo. "O movimento é bastante democrático e afirmativo em direitos, deve ser valorizado. A Defensoria Pública é instrumento essencial à democracia e não poderia ficar de fora deste momento", considerou. Na ocasião, os representantes da Defensoria convidaram os estudantes para o primeiro julgamento da série Júri Simulado – Releitura do Direito na História, que acontecerá no Teatro da Uneb na quarta-feira, 23/11, às 8h30, com o júri popular de Luíza Mahin.

Michele Menezes, uma das representantes do movimento que está ocupando a Reitoria da Uneb, disse que a visita da Defensoria Pública foi muito importante porque tem um olhar de fora, institucional, comprovando que a ocupação é legítima. Em sua opinião, saber que tem pessoas que estão do lado deles (estudantes) lhes motiva a continuar. " A Defensoria tem cumprido o seu papel, dando apoio e mostrando que está do lado certo, do lado da população", ressaltou.

RECOMENDAÇÕES

Entre as recomendações da Defensoria Pública e sua Ouvidoria está que os dirigentes dos estabelecimentos e secretários de Educação se abstenham de praticar ou solicitar medidas de retirada forçada dos estudantes, sem observância dos princípios constitucionais de legalidade e da garantia ao contraditório e à ampla defesa, sem que se estabeleça prévio diálogo na busca da construção de soluções pacíficas para o término das ocupações e que se abstenham praticar ou solicitar medidas que afetem a salubridade e habitabilidade dos espaços ocupados.

A Defensoria Pública e sua Ouvidoria também recomendam que seja proibida qualquer medida que limite o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares do papel de imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, por cerceamento de liberdade ambulatorial, limitação de acesso à alimentação, água potável, energia elétrica e medicamentos, dentre outros.

Recomenda, ainda, que seja garantida, por todos os meios, a proteção aos movimentos e a realização de processos de negociação ao invés da utilização de força e de repressão, garantindo a integridade de crianças, adolescentes, jovens, professores, funcionários e de quaisquer pessoas que estejam no interior do estabelecimento escolar, coibindo eventual atentado à dignidade da pessoa humana e zelando pela ausência de criminalização de indivíduos.

Confira a íntegra da RECOMENDAÇÃO Nº 01/2016