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Audiência pública celebra 330 anos da Irmandade dos Homens Pretos

17/11/2015 07:11 | Por
Audiência pública celebra 330 anos da Irmandade dos Homens Pretos
Audiência pública celebra 330 anos da Irmandade dos Homens Pretos
Sessão foi proposta pelo deputado estadual Bira Coroa, da Comissão de Igualdade da Assembleia Legislativa da Bahia

Uma audiência pública proposta pelo deputado estadual Bira Corôa, do PT, homenageou a Irmandade de Homens Pretos nesta terça-feira, 17, na Assembleia Legislativa da Bahia. A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA participou da homenagem, representada pela corregedora geral, Maria Auxiliadora Teixeira.

"É com alegria que participo dessa audiência pública por entender a identificação da DPE com a Irmandade dos Homens e Mulheres Pretos. A Defensoria tem tudo a ver com os objetivos dessa irmandade, de transformação social, com a missão e dever de resgatar o acompanhamento dos movimentos sociais com os quais temos de interagir. Não acredito numa Defensoria elitizada e distante do povo. Qualquer luta pela inclusão social é uma luta da Defensoria", pontuou a corregedora.

Para o proponente da homenagem, Bira Corôa, a Irmandade dos Homens Pretos foi essencial na luta pela preservação da religião de matriz africana e no esteio do povo negro. Profundamente ligada à consolidação da identidade negra, a associação religiosa é símbolo da resistência à escravidão e outras formas de opressão. "É contando o passado que valorizamos e atuamos com mais solidez no presente, na busca de um futuro mais justo e igualitário", sentenciou o parlamentar.

Também presente à audiência pública, a corregedora adjunta, Josenilda Alves Ferreira, destacou a importância da participação na sessão. "Como instituição que atua na construção da cidadania, apoiadora da luta contra o preconceito e discriminação, além de fomentadora da garantia e efetivação dos direitos humanos, é importante estar aqui como um órgão de transformação social, uma das missões também da irmandade", afirmou

O vice-prior da Irmandade, Adonai Ribeiro, ressaltou o empenho dos fundadores da instituição na busca por mais direitos sociais: "Nossos irmãos que criaram o órgão que hoje é entendido como Previdência Social".

Também participaram da homenagem o capelão da irmandade, padre Lázaro Muniz, e o adido adjunto e diretor da Casa de Angola na Bahia, Camilo Afonso e o representante da Secretaria de Promoção da Igualdade, Ailton Ferreira.

História

Embora o registro oficial da Irmandade date de 1685, algumas fontes remetem o seu funcionamento desde 1604 nos porões da antiga Igreja da Sé. A Venerável Ordem Terceira Irmandade do Rosário de Nossa Senhora às Portas do Carmo (Irmandade dos Homens Pretos) ou Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Pelourinho, como é popularmente conhecida, é uma entidade trisecular religiosa, social, cultural, que luta pela preservação das tradições de origem africana. Ela é a única irmandade negra que detém o título de Ordem Terceira na Igreja Católica do Brasil.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Salvador foi fundada em 1796. Dentre as influências históricas que a irmandade exerceu está a compra da liberdade de muitos negros e negras escravizados da Bahia. Sem fins lucrativos, a associação religiosa é formada por pessoas negras católicas de ambos os sexos que, ao longo do tempo, se consolidou como espaço de fortalecimento da identidade negra e preservação da cultura afro-brasileira. Atualmente a irmandade é comporta por cerca de 200 integrantes.