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BALANÇO CARNAVAL 2019 – Atuação em direitos humanos se destaca com atividades em prol de grupos vulneráveis que trabalham nos circuitos

06/03/2019 04:03 | Por tao_adm
BALANÇO CARNAVAL 2019 – Atuação em direitos humanos se destaca com atividades em prol de grupos vulneráveis que trabalham nos circuitos

Um dos pontos de maior destaque do Plantão do Carnaval 2019 da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA foi a atuação intensiva para a salvaguarda dos direitos de pessoas carentes que, para sobreviver, dependem essencialmente das vendas e do trabalho que realizam em festas populares, principalmente o Carnaval.

O fechamento do balanço do plantão, nessa quarta-feira de cinzas, 06, estimou o número geral de público alcançado direta e indiretamente com as ações da Defensoria em 8.212 pessoas – grande parte delas são catadores de materiais recicláveis, ambulantes e vendedores de rua.

“A Defensoria por mais um ano demonstrou que as ações do Carnaval, embora se intensifiquem no período momesco, requerem a interlocução com representações sociais e com governos municipal e estadual bem antes de o evento começar. Os números apontam para um alto grau de resolutividade extrajudicial das demandas nas áreas de direitos humanos e para a participação essencial da Defensoria Pública nas audiências de custódia – presente, em média, em 68% desses atos judiciais”, avaliou a coordenadora-geral do plantão da Defensoria no carnaval, defensora pública Firmiane Venâncio, reforçando também a presença da Defensoria em todas as oitivas de adolescentes apreendidos por suposta prática de ato infracional.

O plantão da Defensoria no carnaval encerrou-se nesta quarta-feira de cinzas às 15h, e as atividades voltam ao normal a partir de amanhã, quinta-feira (07). Mas a Defensoria permanece de plantão nos finais de semanas e nos feriados, na rua Pedro Lessa, n°123, bairro Canela e no Núcleo de Prisões em Flagrante, na avenida Tancredo Neves, n° 4197, Iguatemi.

Direitos humanos

“A Defensoria, através do seu Núcleo de Direitos Humanos, novamente se colocou à disposição da população e dessa vez tivemos um foco especial para com os catadores de material reciclável, que fazem parte, de uma forma bastante destacada, da engrenagem econômica do carnaval, contribuindo para a limpeza, sustentabilidade e o turismo”, pontuou o coordenador do plantão de direitos humanos e itinerante, defensor público Pedro Casali Bahia.

Para o coordenador, a devida valorização desse grupo passa pelo reconhecimento e a disponibilização de meios de trabalho. “As condições de trabalho foram fiscalizadas pela Defensoria de forma bastante atuante, tanto na questão da adequação dos locais de troca, asseio e descanso quanto no recolhimento dos materiais clandestinos”, elencou Pedro Bahia.

Conforme a defensora pública que atua no núcleo de Direitos Humanos do plantão, Fabiana Almeida Miranda, a atuação da Defensoria relacionada ao trabalho de coleta de recicláveis seguiu as diretrizes que os próprios catadores solicitaram em reuniões pré-carnaval.

“Por isso houve uma grande quantidade de visitas aos pontos para fiscalizar e dar suporte. A Defensoria ouve os grupos de vulneráveis e trabalha a partir da demanda deles. Antes do Carnaval, fizemos reuniões com catadores e as cooperativas de reciclagem: eles solicitaram que cobrássemos espaços fechados para higiene e alimentação próximos às centrais de apoio aos catadores e que fiscalizássemos as condições delas; que verificássemos o devido uso de fardamento e de equipamentos de proteção individual; e que fizéssemos ações relativas aos ‘atravessadores’”, detalhou a defensora.

“Atravessadores” são os intermediários que compram clandestinamente, a preços muitos baixos, o material reciclável coletado pelos catadores para vender às indústrias de reciclagem, precarizando o trabalho deles e de cooperativas que atuam dentro da legalidade. A Defensoria denunciou e acompanhou a operação da Secretaria de Ordem Pública que apreendeu mais de uma tonelada de material ilegal.

Outros públicos

Fabiana Miranda colocou em evidência também a inovação da Defensoria no plantão de 2019 com a elaboração e aplicação de um questionário às pessoas nos circuitos, convidadas a responder de maneira objetiva se havia violação de direitos nas localidades visitadas pelos defensores públicos em diligência.

Através de formulário, as equipes de itinerância foram orientadas a perguntarem a essas pessoas se elas tinham sofrido ou testemunhado agressões, abusos, violência ou violação de direitos por parte de agentes públicos. “A partir desses questionários e da coleta de informações conseguimos fazer intervenções com resultados positivos” – avaliou Fabiana Miranda, ressaltando que a Defensoria atuou também na defesa de grupos vulneráveis como população em situação de rua e ambulantes.