COMUNICAÇÃO

Estudantes de nível médio enfrentam chuva para fazer seleção de estágio da Defensoria

06/12/2021 11:47 | Por Ailton Sena DRT 5417/BA

Dos 1.298 candidatos inscritos, 57,1% compareceram às duas unidades de aplicação da prova escrita.

O relógio ainda não marcava 8h da manhã e Danieli dos Passos, 16, já estava de prontidão em frente ao Colégio Central da Bahia. Ela era um dos 741 estudantes de nível médio que enfrentaram a chuva que caía em Salvador na manhã deste domingo, 5, para fazer a seleção para as 100 vagas iniciais de estágio oferecidas pela Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA.

Por conta do mau tempo, a abertura dos portões prevista para acontecer às 8h10 foi antecipada e os estudantes puderam aguardar o início das provas em local coberto. Mas antes disso, abrigada debaixo de uma marquise, Danieli revisava o conteúdo para garantir bom desempenho no exame. “Minha mãe me falou da vaga e, como já estava em busca de uma oportunidade para trabalhar, resolvi me inscrever. Eu passei dias inteiros estudando, mas estou nervosa”, contou.

Quem também compareceu para fazer a prova foi o estudante do curso técnico em Administração, Cleiton Nascimento. Ele soube da seleção através de colegas que estagiaram na Defensoria e “a qualidade do estágio” foi o que motivou sua inscrição. “As pessoas elogiam muito a qualidade do estágio, por isso me interessei. Eu fiz uma pequena preparação para a prova porque alguns conteúdos são mais recorrentes e não quero cometer nenhum deslize”, explicou.

O exame cobrou conhecimentos de Língua Portuguesa, Matemática/Raciocínio Lógico e Conhecimentos Gerais e também foi aplicado no Colégio Estadual Mário Augusto Teixeira de Freitas. Uma equipe da DPE/BA formada pelo diretor da Escola Superior da Defensoria (Esdep), Clériston Macêdo; Maria da Purificação, organização de Estágio de Nível Médio e Cacilda Queiroz, organização Pedagógica, visitou as escolas para acompanhar a aplicação do exame.

“Além das oportunidades de trabalho e geração de renda, que são importantes pois muitos desses estudantes fazem parte da população vulnerável, os/as aprovados/as terão a oportunidade de desenvolver entendimento social e de relações humanas na Defensoria. Esse acompanhamento que fazemos hoje é também para demonstrar que estamos presentes na aplicação da prova e continuaremos em todo o percurso dos/as selecionados/as como estagiários/as”, destacou o diretor da Esdep.

 Equipe da DPE/BA visitou os locais de prova

Primeiros candidatos a deixarem a sala no Colégio Teixeira de Freitas, Thalita Santiago Costa e Roberto Jorge Leão disseram não ter tido dificuldade para responder o exame. Para ela, os estudos que fez para realização do Enem contribuíram para a seleção da Defensoria. Roberto, por outro lado, acredita que os conhecimentos obtidos na escola foram suficientes para garantir bom desempenho. De acordo com o cronograma previsto no edital, nesta segunda-feira (6) será divulgado o gabarito preliminar e no dia 16 o resultado final da seleção.

Integridade da seleção

Para garantir a lisura da seleção, a Polícia Civil atuou nas unidades de aplicação da prova para dirimir dúvidas sobre a identificação dos/as candidatos/as. “No caso de documento danificado, fizemos o confronto da impressão digital para verificar se o documento apresentado é mesmo da pessoa que está fazendo prova. Também coletamos impressão digital de candidatos que vieram sem nenhum documento e enviamos para conferência no Instituto Pedro Melo”, explicou o perito técnico José Ramiro Heine Pimentel Neto.

Kaline Mascarenhas de Souza, 15, foi uma das candidatas que precisou do atendimento da Polícia Civil. A mãe dela foi assaltada no dia anterior à realização do exame, por isso compareceu ao local de prova sem documento de identidade. Depois da coleta de impressões digitais, ela foi liberada para fazer a prova. Foram mais de 30 atendimentos relacionados a dúvidas com a identificação no Colégio Central e seis no Teixeira de Freitas.

Expectativa dos pais

Além de antecipar em 10 minutos a abertura dos portões, a Fundação CEFETBAHIA, responsável pela realização do concurso, garantiu cinco minutos de tolerância para os/as candidatos/as que chegaram atrasados e permitiu que os pais e responsáveis aguardassem o fim da prova dentro das escolas, mas em local isolado da aplicação do exame . As medidas foram motivadas pelo grande volume de chuvas e tiveram o intuito de garantir a integridade dos estudantes e responsáveis.

“Inicialmente permitimos as candidatos acessarem um prédio onde não haveria aplicação da prova e, a partir das 8 horas permitimos, o acesso aos locais de prova para evitar que se molhassem e a aglomeração devido à grande quantidade de pais e responsáveis”, explicou o coordenador de concursos da Fundação CEFETBAHIA, Maurício Mascarenhas.

Entre os pais que aguardavam a conclusão da prova, estava Cícero Alves de Brito, motorista da Defensoria, que aguardava o filho de 15 anos. “É muito importante para o desenvolvimento do jovem um aprendizado além da escola e, como surgiu essa oportunidade, eu resolvi incentivar”, contou. Já a esteticista Erigleide Nascimento Caldas, destacou a importância de que sua filha tenha a primeira experiência de trabalho em uma instituição como a Defensoria. “Eu acredito que isso vai poder abrir muitas oportunidades para ela”, destacou.