Com foco em acolher, orientar e atuar para assegurar direitos às pessoas em situação de rua, a Unidade Móvel de Atendimento da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) esteve no largo do Terreiro de Jesus, no Pelourinho, em Salvador nesta quinta-feira, 1. Foram 62 atendimentos prestados durante todo o dia.

Para Edson Alexandre Silva, ex-morador de rua e militante do Movimento Nacional da População de Rua, quando se trata de pessoas em situação de rua é indispensável a iniciativa da Defensoria de ir ao encontro dos seus assistidos.

“Até pela desinformação, a população de rua precisa mesmo que os órgãos públicos saiam dos seus escritórios, do seu conforto, para prestar suporte e oferecer seus serviços. Ao vir às ruas, a Defensoria nos enxerga. E não importa como estivermos, vamos ser atendidos”, comentou Edson Silva.

De acordo com a defensora pública e coordenadora do Núcleo Pop Rua, Fabiana Miranda, é observável o crescimento do número de pessoas que passaram a esta condição na capital baiana recentemente. Fabiana explica, por outro lado, que os que se encontram nas ruas há mais tempo são os que enfrentam maior dificuldade para superar a situação.

“A pessoa em situação de rua se encontra com inúmeras violações de direitos, então quando fazemos o atendimento ele é mais extenso. A maior parte não tem documentos, porque já perdeu e a isso se somam questões de saúde, de acesso a abrigos e a possíveis benefícios sociais”, acrescenta a defensora pública.

Durante as atividades desta quinta-feira, uma assistência exemplificou o pungente quadro de violações que podem ser sofridas. Uma mulher que deixou sua casa há cerca de uma semana por conta de situações de agressão doméstica, teve seus pertences e documentos roubados e na quarta-feira, 31 de maio, foi também abusada sexualmente.

Cuidando da questão documental, a Defensoria atuou também acionando imediatamente a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza para que lhe fosse oferecido espaço em albergue. “Agora vamos acompanhá-la até um abrigo, onde ela vai estar com outras mulheres, lá poderá também se alimentar e dormir em maior segurança”, disse Dilza Pereira, assistente social da Secretaria.

Além do serviço específico para as pessoas em situação de rua prestado pela equipe multidisciplinar do Núcleo Pop Rua, o defensor público e coordenador da Unidade Móvel, Gil Braga, esteve presente para atender outros potenciais interessados. “Sempre aparecem outros casos, além daqueles para os quais efetivamente esta atividade está voltada e é importante também endereçarmos estas demandas”, comentou.