COMUNICAÇÃO

Liberdade na Estrada: Defensoria incentiva leitura durante projeto que percorre presídios e distribui cartilhas às 32 mulheres presas em Juazeiro

11/10/2022 16:52 | Por Ingrid Carmo DRT/BA 2499

O livro de minicontos ‘Nossa Querida Bia’, que foi um dos materiais distribuídos, fez muitas mulheres lembrarem dos filhos

Depois de atender a 330 presos provisórios de outras comarcas, na sexta-feira, 7, foi a vez de o projeto Liberdade na Estrada, da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, atender e analisar a situação processual de todas as 32 mulheres presas, entre provisórias e condenadas, do Conjunto Penal de Juazeiro.

Além da orientação e assistência jurídica integral e gratuita, a Defensoria levou o seu trabalho de educação em direitos e, durante o atendimento às mulheres, a Instituição incentivou a leitura e distribuiu suas cartilhas institucionais e educativas e também o livro de minicontos ‘Nossa Querida Bia’.

“Todo dia de manhã, enquanto estávamos atendendo a Ala Masculina, víamos elas passando para ir à aula, aqui dentro mesmo da unidade prisional. Então, resolvemos incentivar, ainda mais, este interesse delas pela leitura e distribuímos as nossas cartilhas”, explicou a coordenadora da Especializada Criminal e de Execução Penal da DPE/BA e autora do projeto Liberdade na Estrada, Fabíola Pacheco.

Com 18 filhos, a interna G.M.V lembrou de cada um deles quando começou a ler as páginas do minicontos ‘Nossa Querida Bia’. “A saudade bate, mas eu que não quero que eles venham me visitar. Fiz o que fiz por estar desesperada e sem dinheiro para comprar comida para eles”, desabafou, durante o atendimento feito pela defensora pública Larissa Guanaes.

Se G.M.V sofre com a falta dos filhos, a feirante V.M.J.S, 46 anos, que também levou a ‘Nossa Querida Bia’ e a cartilha de ‘Entendendo a diversidade sexual‘ para ler na cela, tem os seus filhos por perto. “Meus quatro filhos – duas mulheres e dois homens – estão presos aqui comigo. Minha nora também está aqui”, contou ela, que é a única da família que não tem advogado e, a partir de agora, será assistida pela unidade da Defensoria existente na comarca onde ela responde ao processo. “Dia 13 já vou conversar com o defensor público que vai acompanhar meu caso”, lembrou, já fazendo a contagem regressiva.

Assim como no atendimento aos homens, a Defensoria adotou diversas para garantir o direito de liberdade das mulheres e, entre elas, a Instituição impetrou dois Habeas Corpus. “Em um dos casos, por se tratar de mulher, com filho menor e que não cometeu violência e nem grave ameaça, decidimos impetrar o HC [Habeas Corpus]”, contou a coordenadora Fabíola Pacheco.