Fazendo uma referência ao mestre Moraes Moreira, a Defensoria Pública da Bahia foi, de fato, “o carnaval em cada esquina”. O bloco verde se fez presente em todos os dias nos circuitos da folia, garantindo direitos e ao lado dos nossos usuários em mais de 90 locais diferentes no carnaval e fora dele, sem contar os retornos. O resultado não poderia ser outro: batemos todos os recordes dos anos anteriores de plantão, superando 2020, quando tivemos um público alcançado, direta e indiretamente, de 20.085. Este ano chegamos a 25.220, sendo 24.979 somente na área não penal.
A itinerância em todos os circuitos provou mais uma vez a amplitude da Defensoria Pública durante a festa. Ou melhor, além dos circuitos. Visitamos e inspecionamos diversos setores dentro da festa, como camarotes, pontos de coleta seletiva, postos de saúde, centros de acolhimento, delegacias, entre outros. Mas também fomos para fora do perímetro momesco, marcando presença em locais como a Casa da Mulher Brasileira, delegacias de bairro, hospitais, presídio feminino, organizações sociais e carnavais de bairros. No total, foram 89 locais visitados na área não penal e 10 na demanda penal.
A nossa Unidade Móvel de Atendimento e a Van da Mulher fizeram um espetáculo à parte. Nos três dias estacionado no Centro Histórico, a UMA chegou a um público de 3.208. Já a Van, que prestou atendimento em Ondina, o número chegou a 771. Retornando aos números gerais, o dia mais intenso foi no domingo de carnaval, com um alcance de 8.907 pessoas, a maioria da área não penal.
“Os números falam por si. A atuação da Defensoria Pública foi muito eficiente e a gente espera melhorar a cada dia esse trabalho que vem sendo realizado em favor da sociedade baiana. Nós conseguimos realizar aquilo que nos propomos, que é proteger o nosso público vulnerabilizado.”, garante a defensora-geral, Camila Canário, que já pensa no carnaval de 2026. Ela já fez a primeira reunião de avaliação para o carnaval 2026, em plena quarta-feira de cinzas.
“A gente sabe que os desafios ainda são grandes e há elementos a aprimorar. Entendemos que esse é um grande momento para a cultura da Bahia e para as outras áreas também. A gente precisa realmente estar inserido de uma forma qualitativa e muito bem posicionado institucionalmente”
Camila Canário, defensora-geral
A DPG também pontua um fato importante para o número positivo na folia. Camila Canário assumiu o posto de liderança da DPE no domingo de carnaval e agradeceu a todos que fizeram o plantão acontecer. “Primeiramente, gostaria de registrar um agradecimento a toda a equipe de transição, às pessoas da gestão anterior que transmitiram com muita harmonia, muita paciência, todo planejamento que foi realizado no Carnaval. Viver um Carnaval entre a mudança de gestões não é uma coisa fácil, a gente entende isso, mas é importante que fique registrado todo o espírito colaborativo que reinou”, pontua.

Coordenadora-geral do carnaval durante todo o plantão, a defensora pública Cristina Ulm também lembra que a instituição foi destaque em outras esferas, como nas redes sociais, levando a imagem da DPE para além da Bahia.
“Esse ano, o nosso Plantão de Carnaval bateu recorde de visualizações nas redes sociais, de entrega dos nossos materiais, do público atingido. Isso ocorreu porque foi um Carnaval diferenciado, em que o trabalho fluiu harmonicamente. Em que pese termos passado por um momento incomum, que é a transição (de cargo de defensora-geral) dentro do Plantão do Carnaval, tudo ocorreu tranquilamente e isso refletiu nos nossos atendimentos, no rendimento da equipe, o que é muito importante”, disse Ulm. Vale lembrar que tivemos um engajamento de mais de 1,5 milhão de visualizações, somente no Instagram.
Penal
Na área penal, o que mais chamou atenção foi o número de pessoas presas em decorrência de descumprimento de medida cautelar de monitoramento eletrônico, conhecida popularmente como tornozeleira eletrônica. Foram seis ocorrências que chegaram até a Defensoria Pública e precisaram de um cuidado especial.
“O fluxo é intenso no carnaval e temos as demandas que nos surpreendem. De fato, chamou atenção o número de pessoas levadas para delegacias porque descumpriram monitoração eletrônica dentro do circuito do carnaval. Primeira coisa importante, dos casos que eu acompanhei, foi que nenhum estava cometendo um novo crime. Mas cada caso é um caso, cada decisão de um juiz é diferente, às vezes abre uma exceção para sair, para trabalhar, por exemplo”, disse o defensor Daniel Nicory, coordenador da Especializada Criminal e de Execução Penal. Nicory também reafirma a importância de manter a integração dentro do sistema de justiça, justamente para identificar as prisões ilegais.
Durante o carnaval, a área penal divide o trabalho em dois eixos, como explica o defensor público que foi coordenador da área penal durante o carnaval, André Maia. Ele também é o novo coordenador da Especializada Criminal e de Execução Penal.
“O primeiro eixo é a itinerância em que os colegas fazem as vistorias, inspeções in loco nos postos localizados no circuito do Carnaval, bem como visitas às carceragens de delegacias. É muito importante as visitas, pois são dessas estações que são verificadas situações de prisões irregulares ilegais. O outro eixo é o acompanhamento das pessoas que são presas em flagrante, bem como o cumprimento de mandados de prisão preventiva e temporária na vara de audiência de custódia”, finaliza André Maia. No total, foram realizados 241 atendimentos na área penal.
Público alcançado (direto e indiretamente), nos plantões de carnaval
2025: 25.206
2024: 18.762
2023: 13.821
2020: 20.181
2019: 8.219
2018: 9.552
2017: 7.909
*Não tivemos carnaval nos anos de 2021 e 2022, por conta da pandemia